Depois de liberar mais de R$ 2
bilhões em emendas, o governo Bolsonaro conseguiu aprovar sua desumana Reforma
da Previdência, em primeiro turno, na Câmara dos Deputados. O projeto teve 379
votos a favor e 131 votos contrários, mas a votação ainda não terminou. Durante
essa quinta-feira (11), serão analisados 14 destaques propostos por partidos,
que ainda podem mudar o texto-base.
Na quarta-feira, o
primeiro destaque, que buscava manter as regras da aposentadoria especial de
professoras e professoras,foi rejeitado pelo plenário. Entre os destaques os
deputados ainda devem votar se mantém a redução no valor de pensão para viúvas
e órfãos, que cai para 60% do salário do falecido, entre outros. No geral, o
tempo de trabalho e de contribuição vai subir e o valor da aposentadoria vai
cair. As alíquotas de contribuição para o sistema podem chegar até as 22% do
salário de servidores públicos.
Como se trata de uma proposta de
mudança na Constituição Federal, a Reforma da Previdência ainda deve passar por
mais uma votação na Câmara dos Deputados e duas no Senado Federal.
Para conseguir os 308 votos
necessário para aprovar a Reforma, o governo Bolsonaro vem usando e abusando da
velha política do toma lá dá cá. Na véspera da votação, o governo ofereceu um
lote extra de R$ 20 milhões de emendas para cada deputado que votar a favor da
proposta. Ou seja, usa o dinheiro que vem dos nossos impostos para fazer
barganha e impor a retirada de direitos do conjunto da classe trabalhadora.
Deputados da oposição denunciaram
a liberação de quase R$ 500 milhões a mais em emendas do que o previsto
originalmente, o que pode ser caracterizado como compra de votos e crime de
responsabilidade.
O texto original sofreu
alterações em resposta à pressão dos trabalhadores e à greve geral do dia 14 de
junho. Mesmo com a retirada de alguns ataques, como o regime de capitalização e
a redução do Benefício de Prestação Continuada, a proposta continua
dificultando o acesso à aposentadoria para milhões de trabalhadoras e
trabalhadores. Além de acabar com a possibilidade da aposentadoria por tempo de
contribuição, o projeto do governo diminui o valor do benefício e continua
exigindo 40 anos de trabalho para ter direito à 100% do valor da aposentadoria.
Não caia no discurso furado de
que o pior já saiu da Reforma da Previdência. As mudanças anunciadas até agora
podem ser apenas uma estratégia para enfraquecer a resistência e facilitar a
aprovação do projeto. É preciso manter os atos e mobilizações até que o
governo, o congresso e os empresários desistam de empurrar a crise econômica
para as costas das trabalhadoras e trabalhadores.
Veja como votaram os deputados que representam o Paraná:
A favor da Reforma da Previdência:
Aline Sleutjes (PSL)
Aroldo Martins (PRB )
Boca Aberta (PROS)
Christiane Yared (PL)
Diego Garcia (Podemos)
Evandro Roman (PSD)
Felipe Francischini (PSL)
Filipe Barros (PSL)
Giacobo (PL)
Hermes Parcianello (MDB)
Leandre (PV)
Luisa Canziani (PTB)
Luiz Nishimori (PL)
Luizão Goulart (PRB)
Paulo Eduardo Martins (PSC)
Pedro Lupion (DEM)
Reinhold Stephanes Junior (PSD)
Ricardo Barros (PP)
Rubens Bueno (CIDADANIA -Sim
Sargento Fahur (PSD )
Schiavinato (PP)
Sergio Souza (MDB )
Toninho Wandscheer (PROS)
Vermelho (PSD )
Contra a Reforma da Previdência:
Aliel Machado (PSB)
Enio Verri (PT)
Gleisi Hoffmann (PT)
Gustavo Fruet (PDT)
Luciano Ducci (PSB )
Zeca Dirceu (PT)