Jornal do Sismuc: A situação nacional e a Intersindical voltada pro umbigo

A gestão “Nós fazemos a Luta” sempre
teve críticas aos limites dos governos de Lula e Dilma, do PT, por não terem feito
as reformas populares que a classe trabalhadora necessita – uma reforma urbana,
agrária, tributária, e por não ter fomentado mais espaços de organização da
classe trabalhadora. Mas nunca caímos na análise fácil ao desconsiderar avanços
na economia que trouxeram possibilidades para a nossa gente: ganhos salariais,
inserção nas universidades e políticas sociais, para dizer o mínimo.

É fato que, desde 2016, o golpe
contra Dilma teve o objetivo de implantar de novo o modelo neoliberal no país,
o que quer dizer: arrochar ainda mais os trabalhadores, acabar com os serviços
públicos e passá-los para as empresas privadas, incluindo a previdência dos
servidores; vender as empresas públicas, caso da Petrobrás e Eletrobrás. Se
tiver continuidade depois das eleições de outubro, esse projeto político em curso
no Brasil aponta o pior terreno para os trabalhadores brasileiros.

O que chamamos de “golpe de
Estado” foi uma aliança entre os setores mais conservadores do poder Judiciário
(os mesmos que criminalizam as greves), as seis famílias que controlam os meios de
comunicação no país, em especial a Globo, os empresários submissos às
definições de grandes empresas e bancos mundiais, o Congresso sem representação
popular, a alta classe média privilegiada. Eles colocaram os trabalhadores numa
situação de defensiva e de perda de direitos. Contra isso, sempre lutamos. Não
importa o preço porque, embora pareça apenas “política”, na verdade influencia
os rumos de nossas negociações salariais. O congelamento de Greca, por exemplo,
surgiu a partir de reunião dos prefeitos com o presidente golpista Temer.

Fomos às ruas nos momentos mais
difíceis para o país, em atos contra o golpe de Estado porque sabíamos que,
depois de derrubar Dilma e prender Lula, o alvo desse golpe é destruir direitos
como estão tentando fazer com o Sistema Único de Saúde (SUS) e com o Sistema Único
de Assistência Social (SUAS), entre várias medidas que nos dizem respeito.

O agrupamento de orientação anarquista
chamado “Intersindical – instrumento de organização da classe trabalhadora”,
que dirigiu e sustentou a “Chapa 2 – Sindicato é pra lutar” deixou de lado toda
essa situação para ser superficial com nossa categoria, sugerindo que o
sindicato estaria “apenas defendendo o PT”, como afirmaram em documentos e,
sobretudo, nas conversas com a base. Fato é que, de todas as organizações dos
trabalhadores, a Intersindical foi a que menos participou e se posicionou
contra o golpe, elegendo como inimigos… outras organizações da classe
trabalhadora!

Longe disso, fizemos as lutas em
todas as instâncias, articulando com os poucos parlamentares decentes que temos
na Câmara (assim como a direção do Sismmac não admite, mas também faz).
Conscientes do limite desses espaços, fomos às ruas, fizemos atos contra o
pacotaço de Greca, com mobilizações nas regionais, na frente do prédio prefeito,
na ocupação da prefeitura, nos atos nas ruas. Negociamos quando havia
fragilidade, avançamos quando havia condições, sem cair em gritaria e falas
vazias.

Agora decisão da categoria é
soberana e admitimos que apontou importantes falhas da nossa gestão. É hora de
repensar, redefinir estratégias e, da parte da gestão “Nós fazemos a luta”
agradecer pelos aprendizados desses três anos.

O movimento da História segue. A
gestão Greca representa um dos piores retrocessos do município e servidores
devem se unir para retomar os ganhos congelados. Contem conosco, com espírito
generoso, estaremos nas ruas, no sindicato, na Câmara, nas negociações, junto
com vocês.

Gestão “Nós fazemos a luta”