Calem-se! Eu que mando. A cidade é minha e eu faço com ela o que eu
quiser. Se me der na telha, não reponho a inflação dos servidores
públicos. Vassalos. Se eu quiser, mando a Câmara Municipal projeto
chamando mexerica de mimosa. Subo imposto. Aumento passagem do
ônibus. Mantenho privilégios. Transfiro dívidas. Hahahaha. E se
der a louca, nem isso faço. Rabisco um decreto e fica decretado que
ninguém é mais fofo e alegre do que eu no reino encantado “Eu, eu
mesmo e comigo”.
A revista Ágora chegou ao número 20 prometendo se esgotar
rapidamente. Na capa, ela avalia o primeiro ano do segundo governo do
prefeito Rafael Greca (PMN). Um grande trabalho que se contrapõe ao
discurso oficial de que a cidade está melhor desde que ele assumiu.
Com dados, entrevistas e diversas fontes, a revista apresenta os
retrocessos ocorridos nas áreas sociais e dos trabalhadores
municipais.
Se de um lado, Grequinha não deu pão e circo para os trabalhadores,
do outro, para os donos da cidade, não faltaram brioches e
“Gengibirra”. A edição deixa clara como Curitiba retrocedeu em
suas políticas públicas como saúde, educação, segurança e
assistência social. No reinado de “Dom Greca II”, as mulheres
perderam espaço e foram humilhadas, a cultura foi renegada, os
moradores em situação de rua foram afastados do centro da cidade e
perderam acolhimento e os servidores públicos sofreram na carne a
falta de sensibilidade do gestor.
A última edição de Ágora também discute autoritarismo e
imposições políticas no plano nacional como a iniciativa de Michel
Temer de enfiar goela a baixo do povo a reforma da previdência. Em
análise do especialista Ludimar Rafanhim, ele desmonta a versão de
que a reforma combate privilégios e não retira direitos.
Ah, claro, a edição de dezembro 2017/janeiro 2018 também tem suas
tradicionais colunas: Pensata, Radar da Luta, Comportamento, Cartoon,
Arte e Cultura em Movimento destacando os assuntos do momento,
mantendo o compromisso de formar e informar. Nem que seja na marra.
Brincadeirinha…