Sismuc promove debate sobre assédio moral com Secretaria de Educação e Ministério Público-PR

O Sismuc organiza para o próximo dia 6 de setembro, às 15h, uma reunião com representantes do Ministério Público do Paraná(MP-PR), da Secretaria Municipal da Educação(SME) e de cada um dos 216 Centros Municipais de Educação Infantil (Cmei’s). O objetivo da atividade é debater as práticas de assédio moral nos equipamentos, a sobrecarga de trabalho e o descumprimento da hora-atividade. Também visa ampliar a escuta dos profissionais que são vítimas de assédio com a finalidade de criar formas de intervenção.

Segundo o coordenador da secretaria geral do Sismuc, Jonathan Ramos, apesar do sindicato ter encabeçado várias campanhas educativas e intervenções nos locais de trabalho contra o assédio moral, as práticas ainda são recorrentes. “Recebemos denúncias relacionadas à controle excessivo e perseguição de funcionários, sobrecarga de trabalho, falta de local para atendimento de trabalhadores assediados e até de escuta para quem é vítima desse comportamento”, pontua o coordenador.

Jonathan ressalta que assédio não acontece por acaso, mas devido a uma cultura que também está presente na sociedade, inclusive na administração pública. “As gestões mudam e a forma como as Equipes Pedagógicas e Administrativas (Epa’s) conduzem os processos internos, combinada com a falta de estrutura nos equipamentos, tendem a ampliar os casos de assédio”, explica o professor de educação infantil.

Intervenção contra abusos

As intervenções do Sismuc levaram reflexão a muitos profissionais. No entanto, as práticas ainda permanecem devido a questões internas, ou seja, do próprio sistema educacional de Curitiba. “Apesar das várias audiências, dos diálogos com gestores, órgãos públicos e até mesmo com alguns vereadores, as práticas ainda permanecem. O assédio afeta os trabalhadores para além do local de trabalho. Os servidores precisam de auxílio familiar ou de amigos, pois adoecem, pedem afastamento do trabalho, e, consequentemente, as crianças também são prejudicadas. É responsabilidade da prefeitura de Curitiba resolver esse problema e deixar sadio o ambiente de trabalho”, pondera Jonathan.

O evento objetiva, ainda, ampliar a escuta dos profissionais que são vítimas do assédio e criar formas de intervenção para impedir abusos. A partir das denúncias coletadas pelo Sismuc e dos debates com representantes da prefeitura e do MP-PR serão construídos mecanismos para pôr fim às praticas de assédio moral no ambiente de trabalho.