Em panfletaço, sindicatos apontam crise dos serviços públicos em Curitiba

Os
servidores municipais fizeram um panfletaço na Boca Maldita, no
centro de Curitiba. No local foram entregues materiais e o Jornal
Mobilização explicando porque o Pacote de Maldades afeta os
trabalhadores e pode piorar o atendimento dos serviços públicos à
população. No fim de semana, a Prefeitura de Curitiba bloqueou as
avaliações de sua página no Facebook devido a repercussão
negativa. No começo do ano, o próprio site da gestão havia
retirado do ar enquete em que a população avaliava negativamente o
novo governo.

A
atividade no centro de Curitiba integra as ações da greve iniciada
há uma semana. Mais cedo, trabalhadores fizeram um protesto em
frente a casa do prefeito Rafael Greca. Já na Boca Maldita, o
objetivo foi expor as contradições do discurso do prefeito. Durante
todo o dia os sindicatos vão mobilizar os municipais para
participarem da votação do pacotaço que ocorre nesta terça-feira,
como conta Cáthia Almeida, coordenadora de organização por local
de trabalho do Sismuc.

Fizemos
uma panfletagem para a comunidade ver o que está acontecendo em
nossa cidade. O pessoal também está conscientizado os servidores na
base para amanhã tentar impedir a votação do pacotaço”,
direciona.

No
panfleto “Cadê o prefeito que não faz nada”, o Sismuc destaca
que desde que assumiu, o prefeito Rafael Greca não conseguiu
resolver os principais problemas da cidade. Enquanto ele se preocupar
em lavar calçadas no centro ou cuidar da vida da juventude, nos
bairros, a população que depende de serviços públicos fica a ver
navios.

O
sindicato lista serviços que pioram nesses últimos seis meses.

Aumentou
a passagem de ônibus, acabou com a domingueira e não colocou frota
nova na rua;

Faltam
remédios e materiais nas Unidades Básicas e de Pronto Atendimento;

Fechamento
das equipes que fazem atendimento nas casas das pessoas;

Não
aumentou número de vagas nos cmei’s;

Inaugurou
cmei sem abrir novas turmas ou contratar servidores;

Criou
o Balada Segura, mas não melhorou a segurança nos bairros;

Retirou
verbas da Cultura;

Quer
aumentar o imposto da moradia das classes , D e E;

Quer
cobrar taxa de lixo das famílias mais pobres que são isentas;

Perdoa
parte das dívidas com devedores da cidade. A dívida soma R$ 5
bilhões;

Quanto
as negociações das pautas, o sindicato contabilizou
162 negativas
.
Algumas
respostas oficiais, devidamente feitas via ofício antes das
reuniões, com as respostas a cada item, ainda assim muitas vezes
beiram o descaso. É o que aconteceu com o pedido de investimento na
formação geral dos servidores polivalentes:
“Não
há possibilidade de montar salas de aulas no local de trabalho,
informa também que o endereço de CEBEJAs para quem tiver interesse
em concluir o ensino fundamental”,
responde.

Censura

A
Prefeitura de Curitiba bloqueou as avaliações de sua página no
Facebook. De
acordo com o Paraná Portal
,
os
comentários na página da Prefs, como ficou conhecida, citam entre
outros itens o preço da passagem de ônibus, o sucateamento da
cultura e da saúde. Esse é mais um reflexo da má avaliação da
gestão de Greca. 55% dos entrevistados pelo Paraná Pesquisa
desaprovam a gestão dele e 61% de seus eleitores não repetiriam o
voto.

Greca
é mal avaliado até no site da Prefeitura de Curitiba.
Segundo
o Terra Sem Males
, uma enquete perguntava se os serviços da
Prefeitura de Curitiba, nesta nova gestão, melhoraram? Publicada em
março, ela foi retirada rapidamente quando as respostas negativas
ultrapassavam 55%.

Para
Soraya Zgoda, coordenadora de comunicação do Sismuc, isso reflete o
caráter autoritário do prefeito conhecido como Dom Greca: “A
população e os servidores já perceberam que Greca quer mandar sem
ouvir os diversos interesses da cidade. Ele tenta impor sua posição
fingindo dialogar. Na prática, como vimos na enquete e na censura
das avaliações, o prefeito que não faz nada acha que pode fazer o
que bem quiser. Ele está
equivocado”,
alerta.