BOLETIM DA GREVE | Tensão na Câmara marca segundo dia da greve dos servidores

Servidores do Sismuc e do magistério municipal concentraram-se, desde às 7h da manhã, na frente de cada entrada da Câmara dos Vereadores de Curitiba (CMC). Durante todo o dia acompanharam a discussão sobre o destino dos quatro projetos do pacote de Maldades encaminhado pelo prefeito Rafael Greca para votação na CMC. 

O objetivo era de que nenhum vereador entrasse para na Câmara para a votação em regime de urgência de quatro projetos do pacotaço de Greca. São eles: o projeto referente à Lei de Responsabilidade Fiscal do município – com definição de teto de gastos para a prefeitura; a proposta de mudança no pagamento da alíquota do Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Curitiba (IPMC); o PL que dispõe sobre a mudança no pagamento da data-base de março para outubro e congelamento de até dez leis referentes aos planos de carreiras; e o leilão de dívidas.

Servidores acompanharam também os resultados do diálogo aberto com vereadores, servidores e representantes do Ministério Público do Paraná (MP-PR), da Comissão de Direito Sindical e da OAB-Paraná, Polícia Militar(PM)

A mobilização foi bem maior do que a do dia anterior e precisa crescer ainda mais. A situação segue indefinida, com a sessão suspensa, mas com os riscos de que tudo seja feito na base do atropelo.

A exigência dos dirigentes sindicais – e de todos os servidores mobilizados – é a retirada do pacote de ajuste fiscal da votação pelo plenário da Câmara.

Sessão suspensa

Os vereadores que entraram, muitas vezes de forma forçada, garantiram o quórum necessário dentro da casa.

Porém, a votação do pacotaço foi suspensa por falta de estrutura para começar a sessão e devido também à pressão do lado de fora. Ou seja, para impedir o acessos dos servidores às galerias da Câmara, os vereadores argumentaram que era preciso garantir a segurança do espaço.

No início da tarde, o clima era de impasse nos arredores da Câmara. Ninguém saía ou entrava de dentro da casa legislativa. A sessão suspensa com os vereadores lá dentro deixa margem para alguma manobra, para aprovação no atropelo do ajuste fiscal.

O promotor Olympio de Sá Sotto Maior, procurador-geral de Justiça do Paraná, e a promotora de Justiça Mariana Bazzo, dirigiram-se à Câmara para intermediar o diálogo entre os servidores e os vereadores da situação.

“Estamos buscando minimamente um espaço para dialogar, mas não vemos essa vontade política”, afirmou Irene Rodrigues, coordenadora-geral do Sismuc.

Denúncia grave se confirma

A comunicação pública da Câmara está sendo usada por assessores comissionados de vereadores. Isso é irregular e fere a transparência das informações.

Os servidores da Câmara Municipal também estão em greve. Por isso, assessores de vereadores estariam utilizando as redes da CMC.