Assembleia do Sismuc decide por greve a partir do dia 12

Os servidores municipais de Curitiba decidiram pela deflagração de greve a partir do dia 12 de junho por tempo indeterminado. A decisão foi colocada em votação na assembleia realizada pelo Sismuc na noite desta quinta-feira(8). Os trabalhadores também organizaram as tarefas do comando de greve, que deve se reunir em grupos e fazer visitas nas regionais da cidade para mobilizar a categoria.

Os projetos encaminhados pelo prefeito Rafael Greca para votação na Câmara dos Vereadores de Curitiba(CMC) – o pacotaço – atingem diretamente mais de 30 mil servidores. Com a justificativa de que é preciso reduzir custos e equilibrar as contas do município, as propostas desagradaram o funcionalismo público. Hoje, em assembleias simultâneas, os sindicatos deliberaram por greve para a mesma data.

“É importante que todas carreiras estejam unidas neste momento. Enquanto estávamos fazendo a nossa assembleia, recebemos a notícia de que servidores de outras categorias também deflagraram greve. Na próxima segunda-feira, todos esses trabalhadores estarão concentrados às 7h  – em frente à Câmara dos Vereadores –  em grande mobilização para barrar o pacotaço”, convocou Irene.

A categoria também vai lutar para que os projetos não sejam colocados em votação pelos vereadores. Por isso, a pressão sobre os parlamentares permanece. “O Legislativo deve fiscalizar as leis. No entanto, outros interesses têm pautados os vereadores. Não estamos fazendo uma greve por salários ou pautas corporativas, mas para garantir os direitos dos servidores e da população de Curitiba, pois os projetos precisam ser melhores debatidos com o funcionalismo público e com representantes da sociedade civil”, defendeu.

Comando de greve intensifica mobilizações 

A greve e as mobilizações nas regionais, que também foram aprovadas nesta noite, têm por objetivo pressionar o prefeito Rafael Greca e os vereadores e impedir a votação dos projetos que fazem parte do  pacotaço. Caso sejam aprovadas, as propostas – que já estão tramitando na CMC em regime de urgência – suspendem o pagamento do reajuste dos servidores, que passará a ocorrer apenas em outubro, impedem a efetivação dos planos de carreiras, propõem o aumento de impostos, como o ITBI e a criação da tarifa mensal de lixo desvinculada do IPTU, além de ampliar a alíquota do Instituto de Previdência do Município de Curitiba (IPMC), fundo que administra a aposentadoria dos servidores.

A coordenadora de comunicação do Sismuc, Soraya Zgoda, destacou a importância de mobilização e adesão dos servidores à greve. Ela explicou que a partir de segunda-feira a direção do Sismuc e o comando de greve vão às regionais para fortalecer a luta contra o pacotaço junto a suas categorias de base. “Aprovamos com a categoria que os diretores percorrerão os locais de trabalho para sensibilizar o funcionalismo público da importância desse greve. A nossa estratégia é impedir que nossos direitos – conquistados com muita luta – sejam retirados”, finalizou.