Crise econômica de Curitiba não “pertence” aos servidores

O Pacote de Maldades do prefeito Rafael Greca foca no arroxo aos
servidores municipais de Curitiba. No entanto, no balanço do primeiro trimestre
de Curitiba de 2017, o secretário de finanças Vitor Puppi mostrou que as
dívidas do município são reflexo da conjuntura nacional, que diminuiu a
arrecadação e o repasse de verbas e as dívidas com fornecedores da Prefeitura
de Curitiba via restos a pagar e dívidas não empenhadas. Apesar disso, a
cidade registrou um superávit em suas contas de R$ 427 milhões. Por outro lado,
o secretário admitiu que os repasses ao Instituto de Previdência Municipal de
Curitiba (IPMC) não vem sendo feitos. O calote chega a R$ 780 milhões. Somando
aos R$ 600 milhões que Greca quer sacar do fundo, o rombo pode chegar a R$ 1,38
bilhão com a aprovação do pacotaço.

Durante a prestação de contas, o secretário apresentou saldo positivo
nos impostos municipais. IPTU subiu de R$ 232 milhões em 2014 para R$ 330
milhões em 2017. O ISS variou de R$ 320 milhões em 2014 para R$ 331 milhões em 2017
apenas no primeiro quadrimestre. Já o ITBI mudou de R$ 84 milhões em 2014 para
88 milhões em 2017. Puppi revelou que a cidade está com um superávit de R$ 427
milhões. Além disso, o secretário admitiu que a gestão tem feito caixa. “Nós
temos reserva de orçamento e contingenciamento de despesas no valor de 400
milhões”, calculou.

Embora Greca tenha recebido a cidade com R$ 8
milhões em caixa e já tenha acumulado recursos, a cidade tem restos a pagar e
dividas não empenhadas que superam o saldo positivo. “Nós temos os restos
a pagar e as despesas sem empenho que são nossos grandes furos”. O valor
atual é de R$ 285 milhões nos restos a pagar.

Toda essa dívida, no entanto, não tem relação com o
servidor público. Ela é reflexo dos contratos que a Prefeitura de Curitiba tem
com empresas e fornecedores. O secretário admitiu que a crise econômica e
política do país, somado as dívidas de 5 bilhões que pessoas físicas e
jurídicas têm com o município são as grandes responsáveis pelo problema
financeiro.

Para a vereadora professora Josete (PT), portanto,
Greca quer colocar na conta do serviço público e da população a
responsabilidade pelo ajustes fiscal. Para a vereadora, o prefeito está “tampando
o sol com a peneira”. A alternativa devia ser um novo pacto federativo.

“Não há correspondência entre o que a Prefeitura de
Curitiba apresenta nos projetos e no Portal da Transparência com relação as
despesas não empenhadas. A gente precisa saber quais são os contratos, os valores
e o que foi pago. Eu entendo que não são os servidores os culpados pelas
dívidas do município. O problema é de
arrecadação. A gente precisa se perguntar quais ações concretas o poder público
está tomando para melhorar o caixa. Por mais que tenhamos uma crise, sabemos
que há sistemas ultrapassados. Um deles trata dos auditores fiscais”, sugere
Josete.

Ela também criticou a forma como a gestão de Greca
tem buscado o pagamento das dívidas com o munícipio. Apesar de o valor passar
de R$ 5 bilhões, apenas R$ 30 milhões foram pagos via Refic (Programa
de Recuperação Fiscal). “O secretário disse que se arrecadou trinta
milhões. Comparado à dívida, isso é irrisório. Parece-me que o poder público
não tem uma política fiscal eficiente. E se a prefeitura quer oferecer serviços
públicos eficientes é necessário buscar eficiência na arrecadação para poder
suprir e não cortar do servidor público”, direciona.

IPMC
e servidores públicos

O Pacote de Maldades de Greca corta
apenas no serviço público. No entanto, quando perguntado, Pupi não soube
responder quantas contratações foram feitas em 2017 e o impacto na folha de
pagamento, bem como o aumento de despesas, uma vez que não está sendo pago reajustes
ou planos de carreira. Para ele, é um debate
para o segundo semestre. Mesmo assim, com queda de receitas, novas contratações
não são garantidas na educação, saúde e guarda municipal.

Na prestação de
contas, foi informado queo IPMC tem saldo positivo de R$ 57 milhões apenas no primeiro
quadrimestre. Isso significa que com as contribuições e pagamentos, o caixa
ainda cresceu. Por outro lado, Puppi revelou que assim como Fruet, Greca não
tem feito repasse da parte patronal. “A dívida com o IPMC hoje
é muito cara. Parcelamos mais de R$ 500 milhões em 60 vezes, disse o
secretário, ao explicar que o valor atual é de R$ 780 milhões.”, de
acordo com a Câmara Municipal de Curitiba.

Dentro da LRF

Atualmente, a Lei de Responsabilidade Fiscal está em 44%, contabilizando
recursos do FUC (Fundo de Urbanização de Curitiba), que entram no caixa da
Prefeitura e já saem para pagar as empresas. Excluindo o FUC do cálculo, de
acordo com a gestão, fica em 50,39%. Ainda dentro do limite prudencial, que é
de 51%. O máximo é de 54%.

Fundo de Participação Municípios

O secretário comentou que a arrecadação de Curitiba deve crescer com novos cálculos sobre o Fundo de Participação dos Municípios. A estimativa de crescimento é de até 9%. Curitiba deve aumentar arrecadação das empresas de cartão de crédito. No entanto, pode perder impostos referente a empresas de plano de saúde.



Em sessão na noite de 30, o Congresso Nacional derrubou o veto parcial à Lei 157/2016-Complementar, que reformulou o chamado Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). Com a derrubada do Veto 52/2016, a cobrança do ISS será feita no município do domicílio dos clientes de cartões de crédito e débito, leasing e de planos de saúde e não mais no município do estabelecimento que presta esses serviços.