Enfermagem: Quem cuida precisa de apoio

A equipe de
enfermagem é composta pelos profissionais que trabalham em diferentes ramos:
privado, público, empresarial e no atendimento domiciliar. Atuam
profissionalmente em 11 áreas básicas de atuação.

A sobrecarga
é uma das tristes marcas do profissional, transitando entre trabalhos de baixa,
média e alta complexidade, sujeitos a ausência de acompanhamento profissional,
e ao adoecimento por doenças em local de trabalho.

A equipe de
enfermagem recebe o reconhecimento da comunidade e do bairro pelo carinho e
envolvimento, pelo trabalho de cuidado e atenção com as pessoas, o que se
materializa em políticas tais como Estratégia em Saúde da Família (ESF).

É fato que a
categoria sofre também com os problemas decorrentes da opressão de gênero,
devido ao fato de a maioria ser composta por trabalhadoras, o que acaba privilegiando
mais a profissão masculina do médico em comparação com a enfermeira.

Há também os
riscos à Saúde do Trabalhador e à geração de doenças do trabalho, tais como
Ler/Dort nos braços devido ao trabalho repetitivo e intenso – sem assistência
no processo de tratamento da doença. Além de prejuízos à saúde mental, por
lidar diariamente com situações de doenças e morte A categoria em sua maioria,
no estado e na capital curitibana, é feminina – apesar de, nos órgãos e
conselhos de enfermagem, a representação ser, em sua maioria, masculina nas
direções.

Servidoras de Curitiba lutam por direitos

A categoria da enfermagem é
composta pelos seguintes profissionais: auxiliares,
técnicos e enfermeiros, de acordo com a lei 7.498. O quadro de ser­vidores está
distribuído nos diver­sos equipamentos da Secretaria Municipal de Saúde de
Curitiba.

O problema é que existem gra­ves
desigualdades de remuneração entre esse segmento e outros pro­fissionais da
saúde, caso de médi­cos e dentistas, além de problemas na jornada de trabalho.

A Prefeitura fez uma Lei
(14507), em 2014, possibilitando a transição de auxiliares para técnico em
enfer­magem, o que deu a oportunidade para os profissionais terem a valori­zação
e atuarem enquanto técnicos. Mas a gestão não cumpriu e segue não cumprindo
essa lei.

A Prefeitura está usando um
profissional sem pagar pelo seu serviço, que é o auxiliar que deve­ria estar
atuando como técnico. “A prefeitura jogou todo mundo como técnico, inclusive
quem não tem ha­bilitação para isso, sem o devido pa­gamento”, afirma Irene
Rodrigues, coordenadora geral do Sismuc.

A
luta da enfermagem por igualdade.Enfermeiras e
enfer­meiros lutam pelos mesmos 80% na gratificação por atuação na Es­tratégia
em Saúde da Família (ESF) que médicos e dentistas recebem.

Os trabalhadores já manifes­taram
sua indignação com a pen­dência da isonomia com médicos e dentistas, prometida
em mesa de negociação desde 2013.

Outra
pauta abandonada até o momento e que compromete a igualdade na Saúde é o adicional
por risco de vida. Hoje, médicos e dentistas levam integralmente o adicional na
aposentadoria, en­quanto enfermeiros têm apenas o proporcional ao tempo de
serviço.

Perfil da enfermagem no Paraná

O Paraná conta com mais de 80 mil profissionais da enfermagem e é composto por um quadro de 76,5% de técnicos e auxiliares e 23,5% de enfermeiros, conforme divulgou a Pesquisa Perfil

de Enfermagem no Brasil, realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Conselho Federal de Enfermagem (Cofen).



Ainda segundo a pesquisa, a equipe de enfermagem paranaense é predominantemente

feminina, sendo composta por 87,9% de mulheres e 11,9% de homens, estatística

abaixo da média nacional.



Quase a metade da equipe de enfermagem (49,6%) se concentra na capital e 30,1% de todo o

contingente fez ou está fazendo curso de graduação.

Curitiba de Verdade Especial Enfermagem