Nesta quinta-feira(17), mulheres e feministas representantes de diversas entidades estiveram reunidas na sede do Sismuc para debaterem a organização do 8 de março – Dia Internacional das Mulheres. Com o slogan “Ni Una a Menos | Nenhum direitos a menos”, a atividade contará com a tradicional marcha pelas ruas de Curitiba, com atos públicos em sete locais. Outro tema que está sendo discutido é a adesão à greve mundial das mulheres em protesto ao sistema capitalista, ao patriarcalismo e ao machismo.
Para a coordenadora de Mulheres do Sismuc, Maria Aparecida Martins Santos, a luta das mulheres não precisa ter uma data específica para ocorrer. A luta é cotidiana, mas o 8 de março é para reafirmar a importância de se fazer as denúncias de diferentes formas de violências e abusos. “A data está voltada para a figura da mulher e nada melhor do que falar sobre os abusos que elas sofrem. A nossa luta é para lembrar que em todos os momentos históricos as mulheres foram submetidas a tratamentos desiguais e muitas formas de violências foram silenciadas. Hoje podemos e temos espaços para denunciar e cobrar a punição para os agressores e criminosos”, lembrou Maria.
8M: Paro Internacional de Mujeres – Intelectuais e ativistas feministas do mundo todo estão organizadas para a greve geral internacional das mulheres para o próximo Dia Internacional da Mulher, denunciando as agressões promovidas pelo sistema capitalista. O objetivo da greve internacional é para que as mulheres façam uma paralisação em seus locais de trabalhos. Em Curitiba, foi sugerido pelo grupo que as mulheres usem fita preta amarrada ao punho como forma de demonstração simbólica de apoio. Outras ações, atividades e notícias relacionadas à greve também podem ser acompanhadas pelo site parodemujeres.com.
Segundo a coordenadora do Sismuc, a greve é legítima e só reafirma a importância das mulheres estarem organizadas neste momento em que o governo Temer retira direitos das trabalhadoras. “Se todas mulheres se unirem e pararem suas atividades o mundo também vai parar, pois somos 51 % da população e isso causa um grande impacto na produção capitalista e também dentro de muitos lares. Os homens sentiriam na pele a ausência das mulheres, mão-de-obra que é tão invisibilizada pela sociedade”, refletiu Maria
Atos e protestos em Curitiba – Ontem também foram levantados os temas e locais onde os atos serão realizados. A concentração das mulheres será a partir das 17h na praça Santos Andrade em frente ao prédio histórico da UFPR e de lá elas fazem paradas em mais sete locais onde trarão para o debate temas ligados à pauta feminista. O último ponto de encontro será realizado na Boca Maldita e contará com a discussão pública sobre violência contra a mulher. Para Maria, também é importante refletir a violência em relação à mulher que está contida nas mudanças da Previdência.
“É preciso um amplo debate com a sociedade sobre a reforma da previdência. As mulheres são as mais prejudicadas. É necessário educar a população nas praças, nas ruas, nas mídias alternativas, nos movimentos sociais e de mulheres e assim por diante. O impacto é muito maior sobre nós, que criamos nossos, filhos, cuidamos dos nossos lares, estamos na informalidade do mercado de trabalho e ainda tivemos o aumento do tempo mínimo para aposentadoria, que passou a ser 65 anos. Não podemos aceitar mais essa violência contra nós”, protestou Maria.