Greve dos Bancários é em defesa da Classe Trabalhadora

Bancários de todo o Brasil entram em greve nacional a partir
de hoje, 6 de setembro. A mobilização ocorre em momento político e econômico conturbado
no Brasil. Alegando crise, as forças dominantes em nosso país e no mundo têm
imposto agenda que traz retrocessos ao conjunto dos trabalhadores, independente
de classe ou carreira, enquanto mantém suas benesses e ainda ampliam suas margens
de lucro.

É neste cenário que a greve dos bancários se insere. Após
cinco longas reuniões, informa o sindicato da categoria, “em que os
trabalhadores apresentaram todas as suas reivindicações, os patrões se
limitaram a propor reajuste de 6,5% nos salários e demais benefícios, mais um
abono de R$ 3 mil, não incorporado à remuneração. A inflação do período
(setembro) é de 9,57%”.

Sempre é bom informar que a crise econômica não tem atingido
o setor financeiro e especulatório da nossa economia. Para se ter uma ideia, em
2011, ano que o país obtinha crescimento econômico, o lucro do Banco do Brasil
chegou a incríveis R$ 11 billhões. Já em 2015, quando o país havia mergulhado na
crise econômica, apenas o Itaú Unibanco lucrou R$ 23,5 bilhões. Como comparação,
os cortes promovidos pelo presidente não eleito Temer Golpista nas áreas sociais
é de R$ 29,2 bilhões.

Por isso, é importante entender e se solidarizar com a
campanha dos bancários. Qualquer sucesso nesta campanha tem impacto positivo
nas campanhas dos trabalhadores, independente da categoria que pertencem. É inadmissível
que os cinco maiores bancos do Brasil já tenho lucrado R$ 30 bilhões apenas no
primeiro semestre de 2016 e, ao mesmo tempo, fechado 8 mil postos de trabalho.
Isso é bem semelhante ao que fazem prefeitos quando negam nosso reajuste com
ganho real e novos concursos públicos para atender a população, mas, por outro
lado, aumentam subsídios para empresários do transporte ou renovam parcerias
terceirizadas acima da inflação.

Devemos apoiar a luta dos bancários. A mídia tentará impor o
argumento de que a greve causa transtornos à sociedade. O que de fato acontece.
Da mesma forma que as mobilizações, paralisações e greves dos municipais têm
impacto no atendimento. Mesmo assim, são necessárias para se quebrar a barreira
dos poderosos que se negam a negociar, que se negam a valorizar a classe
trabalhadora.

Nossa solidariedade deve ser forte e engajada da mesma forma
que necessitaremos do apoio dos bancários, petroleiros, professores estaduais,
movimentos sociais e todas as profissões na hora em que formos enfrentar a PEC
241. Projeto esse que tem por objetivo congelar recursos financeiros para áreas
públicas e, consequentemente, fazer caixa para o pagamento de juros aos
especuladores financeiros e banqueiros. Até quando o nosso sacrifício será
fonte de renda para eles? Nossa divisão é o lucro do patrão.

Nossa solidariedade deve ser forte e engajada da mesma forma que necessitaremos do apoio dos bancários na hora em que formos enfrentar a PEC 241

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