Fruet recebe sindicatos, mas não define por abono

O abono das greves da educação e saúde segue indefinido. A reunião organizada pelos vereadores para justificar a manutenção do veto do prefeito Gustavo Fruet não trouxe avanços. Fruet disse que tomava ciência da pauta e que vai estudar a possibilidade de reverter as faltas e os prejuízos dos servidores municipais. Contudo, não deu prazo para uma nova mesa de negociação ou para qualquer resposta. Por outro lado, cobrou os secretários sobre os erros no contra-cheque da saúde e os problemas na educação.

Ao não definir prazos ou posicionamento, Fruet argumentou que seu veto obedecia a critérios do STF. O prefeito recordou que já abonou outras paralisações, mas que dessa vez a justiça havia mudado de entendimento. Por outro lado, Fruet afirma que agora o ambiente político não é tenso. “Eu não quero que o servidor seja penalizado. A uma questão nas falta e na carreira, na aposentadoria. O ambiente agora é outro. Com muita humildade eu recebo essa solicitação para que a gente possa avaliar de que forma a gente vai tratar esse tema”, sinalizou.
Por outro lado, tanto Sismuc quanto Sismmac cobraram a gestão. Para ambos, os servidores seguem sendo punidos com a ausência de data para o abono. A direção do Sismuc argumentou que avanços só ocorreram por causa das greves e que a Prefeitura de Curitiba devia reconhecer isso. “Tivemos grandes conquistas com o PCCV na educação e queremos fechar com chave de ouro abonando a greve. Se as pautas eram justas e ocorreram avanços, logo a greve foi justa e não deve ser punida”, refletiu a direção.
O Sismuc ainda disse ao prefeito que os problemas nos contracheques de psicólogos e biólogos persistem desde dezembro. “É incompreensível a forma como estão sendo feitos os pagamentos na saúde desde dezembro. Neste mês, inclusive, ainda teve contracheques com erro. A gente precisa passar a régua e limpar essa situação”, foi exposto. Surpreso, o prefeito Gustavo Fruet cobrou solução para os pagamentos na saúde e para as reposições no magistério.
Vereadores se eximem de responsabilidade
A reunião entre sindicatos e prefeito teve a iniciativa dos vereadores, que protocolaram pedido de audiência após manterem o veto ao abono das faltas. Para a maioria, esse era o único papel dos legisladores. O vereador Paulo Salamuni repetiu que a emenda tinha vício de origem e destacou o empenho da bancada governista: “A folha de Curitiba deixada pelo outro prefeito era bagunçada. Estamos nos esforçando para arrumar os penduricalhos, criar novos planos de carreira. Tem pauta de 30 anos avançando”, amenizou. 
Por outro lado, o vereador Pastor Valdemir Soares argumentou que o mais importante era retirar as faltas: “Independente de todo o processo e a posição de todos os lados, inclusive do prefeito, nós esperamos o abono das faltas e resolver esse impasse criado. Nós queremos que a categoria seja atendida. Isso ocorrendo, todos ganham”, pressionou. Contudo, sem agenda definida para reversão das faltas, os servidores seguem com suas perdas salariais.