Farmacêutico responde jornalista

Joice, primeiramente respeito sua opinião e a dos leitores sobre a greve dos servidores da saúde, seja ela contra ou a favor, mas como quem está sendo desrespeitado e desvalorizado sou eu no âmbito da minha profissão (farmacêutico) afirmo que defendo sim os interesses da população e de um serviço de saúde de qualidade.

Como as pessoas que se dizem contra a greve provavelmente só conhecem a saúde pública das manchetes de jornais sem nunca terem pisado lá, entendo que essas opiniões são superficiais por desconhecerem a realidades dos fatos.

Segundo, seus comentários que geraram a CARTA DE REPÚDIO DO CRF, se voce não se lembra, não foram a respeito da greve, mas sim direcionado ao profissional farmacêutico, e SIM voce foi desrespeitosa e fez juízo de valor de toda classe farmacêutica.

Terceiro, sua nota mostra mais uma vez desconhecimento de sua parte quanto ao que está sendo discutido, o projeto de lei aprovado dia 05/12/11 beneficia a classe e não o local onde o funcionário está locado, ou seja, um enfermeiro que trabalha na vigilância sanitária (QUE NÃO É PRONTO ATENDIMENTO A POPULAÇÃO) terá sua carga horária reduzida da mesma maneira que o enfermeiro que trabalha no atendimento de emergência, e isso ocorre da mesma forma para outras categorias incluídas no projeto aprovado dia 05/12/11.

Quarto, se hoje os trabalhadores possuem direitos legais é porque o movimento grevista ao longo da história permitiu isso uma vez que greve é a arma que o trabalhador utiliza contra os patrões que fecham os olhos e ouvidos para as injustiças cometidas contra os trabalhadores.

Quinto, não confunda vontade de trabalhar com passividade política, é por causa da passividade e da ignorância política do brasileiro que nosso país está essa maravilha e perfeição, falta para o brasileiro o senso crítico, o senso de coletividade, o senso de nação. A maioria pensa assim: se tá ruim, deixa que os outros lutem, pois se a luta der errado eles que serão prejudicados, mas se der certo eu aproveito e ganho também.

Fernando Vicenzi, farmacêutico com carga horária semanal de 72 horas há 11 anos, trabalhando domingos e feriados, e que nunca fez greve, até conhecer a nojeira que é administração pública e o poder legislativo.