Curitiba fica em último na valorização salarial dos servidores municipais

Pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no final de 2013 apontou Curitiba como quarta cidade que mais arrecada no Brasil: R$ 58 bilhões anuais. A capital paranaense fica atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Os dados são referentes a 2011. No entanto, o forte produto interno não se reflete no pagamento salarial elevado de seus servidores. Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelam que Curitiba está em última entre as capitais do sul no pagamento de seus servidores municipais. São R$ 3,4 mil na média contra R$ 4,5 mil pagos por servidor em Florianópolis (51º PIB nacional) e R$ 5,9 mil na média em Porto Alegre (7º PIB nacional). 


Incluindo o cenário nacional, Curitiba fica em sétimo, atrás também de Brasília, Campo Grande, Belo Horizonte e Salvador. E nem precisa ir longe para descobrir que se paga melhor do que na capital paranaense. Araucária, que responde apena pelo 41º PIB do Brasil com 13 bilhões, paga, na média, R$ 3,6 mil mensais para seus servidores. O ano da pesquisa é 2012. Em 2013, a Prefeitura de Curitiba apenas reajustou os salários em 6,77% enquanto que a cidade vizinha acresceu 7%.


Ganho real 
O ano de 2013 foi marcado pela incorporação das remunerações variáveis para os servidores municipais e piso mínimo de R$ 1,1 mil. Mesmo assim, algumas categorias que possuíam o PPQ ficaram apenas com a reposição da inflação. Ou seja, sem ganho real. Para este ano, a estimativa do Dieese é inflação de 5,41% até março, quando ocorre a negociação. Somado a este valor, a pauta geral ainda pede mais 10% de ganho real, afinal, as perdas acumuladas nos últimos anos estão calculadas em 9,24%.


Para o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a pauta pode ser atendida sem comprometer a Lei de Responsabilidade Fiscal.  A cidade tem crescido 8% por ano, desde 2011. Em 2014, o crescimento na arrecadação é o mesmo (sem contar possível arrecadação maior com a Copa da Fifa).


Alimentação
Outro ponto que preocupa os servidores municipais é o aumento do custo na alimentação. “Muito da inflação deste ano (2013) foi provocada pela alta da alimentação e bebida. O custo da refeição externa foi, na média, R$ 29. O reajuste dos servidores deve se basear em um índice próprio”, separa Fabiano Camargo Silva, economista. Atualmente, o vale alimentação é de R$ 7 e o teto para recebê-lo não chega a R$ 2 mil de vencimento base. A pauta geral reivindica vale alimentação de R$ 27.