Pelo cumprimento dos acordos

“O ato mostrou a indignação dos trabalhadores com a demora da administração em resolver as questões já apresentadas nas negociações anteriores”, afirma o coordenador do Sismuc, Juliano Marques Soares. Hoje (18), pela manhã, cerca de 100 funcionários dos Armazéns da Família, concentrados em frente à Secretaria Municipal de Abastecimento (Smab), pressionaram a secretaria por soluções para problemas como a escala de trabalho dos servidores. 


Depois disso, a partir de informação recebida, os trabalhadores caminharam até o mercado de orgânicos no Mercado Municipal, onde encontraram com o Secretário Municipal de Abastecimento, Aldo Fernando. Muitos servidores ainda não o conheciam, pois o secretário até hoje não participou de negociações. Aldo Fernando comprometeu-se a participar da mesa do dia 18 de dezembro entre Smab e sindicato. 
 
Pressão por respostas 


As negociações pelo retorno da escala de trabalho de segunda a sexta-feira nos armazéns se estende desde a metade de 2013. Apesar do espaço para a negociação, pouca coisa é encaminhada na prática, avalia a direção do Sismuc, como é o caso da pesquisa que deveria ser apresentada em conjunto pela Smab e sindicato sobre o impacto da mudança na escala para a população. 


“O nosso tempo não é o mesmo da PMC, uma vez que os problemas são antigos e os servidores esperam respostas mais rápidas e encaminhamentos. Uma das pautas é o retorno à escala de trabalho, uma discussão que está emperrada, dependendo de estudos e avaliação dos impactos, estudos que a secretaria ainda não tem”, afirma Marques Soares. 


Assembleia pode definir estado de greve 


Neste contexto, a assembleia realizada no dia 13 de dezembro rechaçou a atual pesquisa produzida pela Secretaria à revelia do sindicato. Os trabalhadores nessa data escolheram por outro mecanismo de avaliação com a população, a ser apresentado no dia 18 de dezembro, na reunião marcada com a Secretaria, na parte da tarde. 


Na mesma data, às 19h, no Sismuc, haverá assembleia com os trabalhadores para avaliar o resultado da mesa de negociações. Na assembleia, os servidores podem definir pelo estado de greve. 


Melhor desdobramento para as pautas 


No final de 2013, primeiro ano da administração de Gustavo Fruet, a avaliação da direção do Sismuc é a de que outros segmentos realizaram paralisações e greves pelo fato de a pauta e os acordos não serem encaminhados. “Essa situação pode ser evitada na Smab, que tem condições de atender a pauta dos trabalhadores”, avalia Juliano Marques Soares, da coordenação do Sismuc. 


O recado é que as secretarias e a assessoria do atual prefeito de Curitiba têm dificuldade em encaminhar os acordos feitos, até mesmo quando eles não interferem no orçamento municipal, mas se referem à escala, jornada, entre outros temas referentes à organização do trabalho. 


Neste caso, a situação dos armazéns da família é um exemplo dessa situação. “Há uma falta de sintonia entre o plano de governo e a ação dos secretários. Fruet deve rever com os secretários a maneira de tratamento das pautas, porque, a exemplo desta pauta, não depende de dotação orçamentária. Isso faria com que os trabalhadores ficassem menos insatisfeitos no abastecimento”, comenta Marques Soares.