O jornalista da CUT nacional, Leonardo Severo e a coordenadora do Núcleo Piratininga de Comunicação, Cláudia Santiago foram os convidados da mesa de abertura do II Curso de Comunicação Popular do Paraná, promovido pelo Cefuria – Centro de Formação Urbano Rural Irmão Araújo, com apoio do Sismuc.
Na abertura, os dois convidados falara sobre a conjuntura da comunicação na América Latina e no Brasil. Severo destacou o rompimento das hegemonias midiáticas em países como Venezuela, Bolívia e Argentina, cujos governos são apoiados pelo governo federal brasileiro que, no entanto, não adota as mesmas práticas. “Aqui, ao invés de combater essa concentração, o governo se alia a esses conglomerados, e temos a Rede Globo recebendo 60% dos recursos investidos em comunicação”, comentou. “É uma contradição, o governo acaba se submetendo aos ditames destes meios de comunicação e acaba até repetindo esse discurso. Já ouvimos a Dilma falando que (controle dos meios de comunicação) é censura”, acrescentou.
Cláudia Santiago destacou o papel da comunicação popular e do jornalismo sindical para dar voz à população e aos anseios dos trabalhadores. “O controle dos veículos de comunicação não é diferente do controle da riqueza, do controle da terra, do controle dos meios de produção. E para eles, o sucesso estar em manter o povo em silêncio, aceitando que a realidade seja aquela que eles transmitem”, disse. A coordenadora ressaltou a importância de as organizações sociais e os sindicatos investirem em comunicação. “Custa caro publicar um jornal, manter jornalistas, mas é fundamental. Os trabalhadores têm que ter a sua comunicação, que informa sobre o que lhe diz respeito. Deve ser um investimento prioritário. É isso que pode criar entre nós uma identidade de classe e de idéias”, disse, defendendo uma integração da comunicação sindical. “O jornal dos bancários tem que tratar da mobilização dos professores, que têm que ser informados sobre as lutas dos petroleiros, que precisa saber dos problemas dos servidores públicos. É assim que a classe trabalhadora vai criar sua unidade”.
O curso está sendo transmitido ao vivo
