Falta de profissionais coloca em risco desenvolvimento das crianças

O Sismuc tem comprovado na prática a falta de educadores nos cmei’s de Curitiba. Em visitas nas Unidades Santa Rita e Pinheirinho, os trabalhadores não estão conseguindo realizar a hora permanência. Na primeira, o cumprimento da lei 12348/07 está sendo feita de forma fracionada, segundo a pedagoga. No local, uma professora está afastada por tratamento de saúde desde fevereiro. Já no Pinheirinho, embora o núcleo tenha sido avisado, a carência em relação a uma pedagoga vem de 2011. Este equipamento também não atinge as oito horas de planejamento e estudos, como determina a lei municipal.

A falta de educadores acarreta no acúmulo de função, no descumprimento da Lei do Piso Nacional de 33% e nos afastamentos para tratamento de saúde. No mês de agosto, por exemplo, o Cmei Santa Rita teve uma média de três ausências por dia em virtude de LTS.  No último dia 21 os afastamentos contabilizaram cinco profissionais.  Para Juliano Soares, coordenador do Sismuc, quem mais sofre é a criança. “A conseqüência negativa é que não há planejamento e a revisão das atividades para as crianças também não ocorre”. Neste equipamento os pareceres com a avaliação das crianças referentes ao primeiro semestre estão sendo entregues apenas em cinco de setembro.

A pedagoga do Núcleo de Educação Pinheirinho Cleonice tenta minimizar os casos. Diz que, mesmo de forma descontínua, as permanências estão sendo garantidas. “Nós não conseguimos garantir os três profissionais juntos, mas fracionada. Para garantir que aconteça (a permanência), a gente organiza isso”, declara.

No entanto, a garantia infringe a lei. O sindicato apurou que uma auxiliar administrativa e uma agente administrativa com laudo restritivo estavam cuidando das crianças na hora do sono.  A diretora, que ao que tudo indica está afastada por causa de um problema no pé e que recebeu o Sismuc mais cedo, não se encontrava no período do almoço. Segundo os educadores, embora haja o desvio de função dos administrativos por não ter habilitação para cuidar de crianças, a prática é rotineira. A direção do sindicato conversou com a coordenadora no núcleo, Rosangela. Ela alegou que tomaria providências.

Cmei Pinheirinho adere à mobilização geral

Os problemas se repetem nos centros municipais: faltam profissionais para repor eventuais afastamentos. Os educadores relatam que uma pedagoga está afastada desde 2011, acumulando atividades para os demais profissionais. A pedagoga substituta, no entanto, também está ausente no segundo semestre. As queixas foram levadas ao núcleo, mas a resposta é que faltam profissionais volantes. A dificuldade tem levado a equipe em querer fazer uma paralisação: “A gente vai embora com a sensação do dever não comprido, pois não conseguimos planejar as atividades”, lamenta uma educadora.

A orientação do sindicato é de que os pais e educadores devem participar do ato no próximo dia 14, às 9 horas, na Praça Santos Andrade, quando “Os problemas da educação serão colocados na ponta do lápis”.