Expansão da FAS empaca em falta de estrutura

Curitiba só tinha um abrigo, localizado na Rua Conselheiro Laurindo, para atender os moradores em situação de rua. Por isso, a Prefeitura decidiu descentralizar o atendimento criando unidades de abrigo nas regionais. Curitiba tem nove regionais. A descentralização segue uma orientação nacional do SUAS (Sistema Único de Assistência Social). No entanto, a ideia esbarra na prática.

Segundo os servidores da FAS, faltam trabalhadores e as novas estruturas físicas são consideradas precárias.  A queixa também abrange a falta de material. Em alguns locais improvisados falta cobertor, colchão, chuveiro. Em virtude disso, o Sismuc se reuniu com a presidenta da Funda de Ação Social Márcia Fruet e com os superintendentes da FAS Simone Camargo Nadolny, Jucimeri Isolda Silveira e Dara Rosa.  O objetivo era expor a situação e solicitar estrutura adequada de trabalho.

“O sindicato é defensor dessa expansão para melhor atender a população, mas para que isso ocorra, as condições de trabalho precisam ser garantidas. Nós não podemos viver de aparência, como fazia a antiga gestão, que lançava programas, mas não tinha compromisso a fundo com a sua execução”, indica Eduardo Recker, coordenador de formação do sindicato.

A gestão se comprometeu a diagnosticar os problemas. Uma nova reunião deve ocorrer ainda no mês de agosto.

Visita

A direção do Sismuc foi até o abrigo improvisado na Praça Plínio Tourinho na última sexta-feira (16). A conclusão é que o local não possui as condições adequadas para receber nem os moradores e nem os servidores. Colchões improvisados embaixo de escadas, banheiros com chuveiros faltando e outros problemas de estrutura foram detectados.

Os números de servidores e usuários que estão ocupando o local à noite divergem. De acordo com a coordenação do abrigo, seis educadores têm acompanhado de 90 a 100 usuários, mas segundo os próprios educadores, houve dias onde apenas três servidores trabalharam e o número de usuários passou de 140.

De acordo com a gerência do abrigo, as condições ideais para que o local possa receber os moradores em situação de rua de forma adequada serão atingidas em, no máximo, 60 dias. ”Não existem condições de trabalho para os servidores.Os servidores estão lá sem segurança nenhuma. A gestão dá um prazo de 60 dias, mas nós defendemos que estas adequações sejam feitas o mais rápido possível”, alertou Edilson Melo, coordenador do Sismuc.