Servidores da UPA Pinheirinho cobram medidas urgentes de secretário

Servidores municipais da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Pinheirinho se reuniram com o secretário de saúde Adriano Massuda, na tarde deste dia 19. Eles estavam acompanhados de dirigentes do Sismuc e trouxeram uma série de pautas para resolver problemas emergenciais no local de trabalho. O encontro foi motivado pelos fatos ocorridos ontem à noite, quando usuários revoltados com a morte de um parente iniciaram um quebra-quebra e tentaram agredir os servidores.

Dentre os principais problemas apresentados pelos servidores está a falta de médicos no plantão noturno. De acordo com relatos, os médicos contratados pela fundação não cumprem expediente. Uma auxiliar de enfermagem que preferiu o anonimato faz a seguinte denúncia: “tem médico que assina o ponto e vai embora. É muito comum acontecer. Chega mais ou menos entre 20, 20h30 ou até mais, assina 19 horas, não assume o setor e fica conversando e fumando e o paciente esperando”.

Os fatos já foram denunciados para a coordenadora médica da Fundação que atende pelo nome de Renata. “Ela é muito ausente na supervisão dos médicos da UPA Pinheirinho”, diz um dos auxiliares de enfermagem que também preferiu não se identificar. No entanto, ele conta que até o momento nenhuma providência foi tomada.

Os problemas não são novos. Segundo os trabalhadores, a situação piorou ainda mais há cerca de um ano quando os médicos contratados por hospitais foram substituídos por médicos da fundação de saúde.

Massuda reconhece que as UPA’s são “panelas de pressão”. “Ontem estourou, como pode estourar outro dia. Estamos tomando medidas para reorganizar todo o sistema de saúde. A UPA é quem mais está sofrendo” diz ele. O secretário compara os problemas anteriores à fundação, quando os médicos eram cedidos por hospitais particulares contratados. “Se há algum tipo de problema, nós vamos atuar para corrigir isto por dentro da fundação”, diz. “Quando o profissional que está escalado para estar no plantão vai lá e vê que o profissional não está lá, isso é falta gravíssima. A ação a ser realizada é demissão sumária”, completa. Recentemente 8 médicos que atuavam no Cmum Sítio Cercado foram demitidos por este motivo.

Falta condições

Outra preocupação emergencial é quanto à segurança. Uma servidora, ao fugir de um usuário mais exaltado que tentava agredi-la ontem, teria machucado o braço. Os servidores temem novas agressões de usuários.

Massuda garante que na próxima segunda-feira haverá postos fixos da guarda municipal em todas as UPA’s. A medida estaria prevista para o futuro, mas teria sido antecipada diante da situação. Já problemas relacionados à estrutura física e falta de equipamentos será debatida em nova reunião na próxima sexta-feira.

Sindicância

Conforme acordado, a investigação a ser realizada pela Prefeitura contará com um representante a ser indicado pelo Sismuc. A sindicância ouvirá na próxima segunda funcionários e usuários para apurar os fatos que resultaram na morte de Vilson Cardozo.

Censura

Hoje pela manhã, servidores tiveram que assinar um documento no qual concordavam em não publicar nada sobre os fatos ocorridos ontem à noite em seus perfis particulares. A medida foi questionada durante a reunião da tarde pelos coordenadores do Sismuc. Gestores afirmaram que esta teria sido uma orientação dos conselhos profissionais.