Mesmo esvaziado, festival de inverno da UFPR leva cultura ao litoral

Durante a última semana, Antonina teve uma rotina diferente. Pelo 22° ano, a cidade litorânea, com aproximadamente 19 mil habitantes, respirou cultura. O Festival de Inverno da UFPR levou para o litoral diversos espetáculos e apresentações gratuitos, para todas as idades e gostos. A sensação de quem já esteve lá em anos anteriores, entretanto, é que o evento não passa por seus melhores dias. 

De acordo com dados da organização, as pouco mais de 40 oficinas ofertadas nesse ano representam metade do número ofertado em anos anteriores, por exemplo. Para Ignacio Dotto Neto, a diferença é visível na quantidade de pessoas. Ele foi ministrante da oficina de Haikai em 1997 e voltou ao evento só neste ano. “Naquela época as ruas estavam abarrotadas de gente. Neste ano a gente vê que o movimento é bem menor”, lamenta.

Opinião que é compartilhada por André Luiz Furlaneto, dono da Cantina Casa Verde, um dos restaurantes mais tradicionais da cidade. “O Festival deste ano está murcho, infelizmente. A gente vê que tem menos gente e isso é ruim para a cidade“, pondera. De acordo com a organização, a diminuição de público tem a ver com a demora para a confirmação dos patrocínios. Com o dinheiro chegando em cima da hora, a divulgação fica comprometida.


Mesmo assim o festival sobrevive.  Quando o tempo ajudou, o público encheu a frente do palco principal para prestigiar bandas locais e atrações de peso no cenário estadual, como a Banda Mais Bonita da Cidade e a banda Blindagem. O teatro municipal também recebeu bastante gente todos os dias nas apresentações de peças que passavam da tragédia grega até a dança indiana, todas gratuitas.


Mas, talvez, o fato mais marcante para prever o futuro do festival de inverno sejam as atrações infantis. Foram as que mais agradaram o público. O grupo Siricutico, por exemplo, foi aplaudido de pé no primeiro dia do festival. Juntando músicas e brincadeiras, o espetáculo conquistou os presentes, mas assim como as outras atrações, fez mais do que isso. De certa forma, apresentou a cultura para as crianças. Talvez seja esse o caminho para garantir que o festival volte a seus melhores dias.