Curitiba: cidade rica, segurança mal paga

Capital do Paraná não paga aos guardas nem a metade do que remunera Belém e fica atrás de cidades da região metropolitana. O efeito é medo e insegurança da população.

A população deve achar que cidades mais ricas têm menos injustiças sociais e que oferecem mais e melhor qualidade de vida para seus cidadãos como se todos pertencessem a família da gente. Arrecadando mais, consequente- mente, ela paga melhores os trabalha- dores que são responsáveis por prestar serviço para a população.  
Mas esse não é o modelo adotado por Curitiba. Com o 4º maior Produto Interno Bruto do país (PIB), arrecadando 46 bilhões em 2011, sendo 2 bilhões a mais do que em 2010, o prefeito Ducci paga apenas mil reais para um guarda municipal em início de carreira. Essa remuneração fica atrás de cidades vizinhas como Araucária (35º PIB), que paga R$ 1106 + vale alimentação, Pinhais (190º PIB), que paga R$ 1217,17, e São José dos Pinhais (38º PIB), que remunera R$1585,13 + vale transporte e refeição de 14 reais.
 
Curitiba desvaloriza ainda mais seus trabalhadores se comparada a outras cidades e capitais de menor porte.  Chapecó (RS) e Arapongas(PR) pagam 1200 reais em média, mesmo estando em 107o e 226o no ranking dos PIBs. Já Aracaju (64º PIB), no Sergipe, que arrecada 7 bilhões por ano, paga R$ 1310 + benefícios enquanto que Belém do Pará (24º PIB) valoriza a segurança da sua população remunerando seus guardas municipais em R$ 2583 + vales alimentação e transporte. 
 
Agora,  o que Curitiba faz com o seu dinheiro se ele não é  reinvestido fortemente na sua proteção e segurança? Por que o prefeito Luciano Ducci não investe em mais concursos públicos e na melhoria das condições de trabalho e remuneração dos guardas municipais que têm um contato muito próximo com a família curitibana? A segurança não pode ser tratada como discurso de campanha. Ela exige ação. E uma delas é respeitar àqueles que zelam pelo sossego do cidadão curitibano.