“Cobertor Curto” da Prefeitura expõe falta de educadores em CMEIs

 Os educadores do CMEI Bracatinga tinham uma solicitação simples: reposição e ampliação do quadro de funcionários para atender a demanda das crianças. Os profissionais pedem por sete a oito educadores em caráter definitivo. Com urgência, pelo menos três. No entanto, o núcleo de ensino do Boa Vista se compromete apenas com dois, sendo eles apenas na segunda-feira e convocados de outro CMEI, “abandonando” as crianças ao qual prestam serviço.

 
Essa situação no CMEI Bracatinga revela a ausência de educadores suficientes para atender a promessa da Prefeitura de Curitiba de abrir mais cinco mil vagas em creches. Quando faltam profissionais, o jeitinho é utilizar a tática do cobertor: cobrir de um lado e descobrir do outro. Esse problema é grave, considera o diretor do Sismuc Educardo Recke: “Se o funcionário está de LTS, não é culpa dele. Ele está doente porque está sobrecarregado. É incoerente não perceber isso”, combate Eduardo. Neste CMEI, revelaram os funcionários, um educador está afastado há mais de um ano e o núcleo não transferiu ninguém para ocupar a vaga e prestar atendimento às crianças. 

A postura é recorrente. Para se ter ideia do desrespeito ao servidor, a própria diretora da unidade, afastada por LTS, compareceu “espontaneamente” a tarde no CMEI. O diretor do Sismuc, Juliano Soares, perguntou sobre as condições de saúde da diretora Rozemar. Ela confirmou que estava de atestado, mas permaneceu ‘voluntariamente’ sob a vigia do núcleo” até o fechamento da unidade.

Esses casos demonstram que a tática do cobertor não será substituída, uma vez que a diretora do Núcleo Boa Vista, Sandra, não deu previsão para solucionar a falta de profissionais. Segundo ela, não há previsão para a convocação de novos educadores para as creches. Apenas o “compromisso de tentar (sic) suprir a demanda nos próximos dias”.

Para o diretor do Sismuc, Juliano Soares, o desrespeito e a propagando enganosa da administração municipal aumenta na medida em que os funcionários são obrigados a fazer banco de horas, prática que é proibida. “Horas trabalhadas a mais, devem ser marcadas na folha ponto e não em um caderninho como vinha acontecendo no CMEI”, explica Juliano, que completa: “O sindicato vai fiscalizar essa situação no Bracatinga e outros CMEIs e para que irregularidades como essas não aconteçam”.

Os educadores do CMEI Bracatinga podem voltar a paralisar o atendimento às crianças nesta semana, caso o quadro de educadores não seja completado. Na segunda feira o sindicato vai estar na unidade acompanhando a entrada das crianças e conversando com a comunidade para verificar o número de educadores no CMEI Bracatinga.