Richa demonstra desespero com organização dos guardas

19/02/2010 – 14:30 

Preocupado com a exposição negativa que sua gestão está ganhando por conta da mobilização dos guardas municipais, Beto Richa está lançando mão de vários recursos para evitar a greve prevista para iniciar na segunda-feira. Hoje (19), pela manhã, vereadores e secretários foram chamados às pressas para uma reunião na sede da prefeitura para discutir o assunto. Um jornal da prefeitura distribuído aos guardas procura induzir a categoria a aceitar a proposta de aumento de R$ 64,00 do salário-base e um plano de cargos cheio de falhas, segundo análise da diretoria do Sismuc.
 
Ontem uma reunião entre supervisores e inspetores da defesa social ocorreu a portas fechadas. Diretores do sindicato tentaram participar, mas foram impedidos. Há relatos de guardas que estão sendo ameaçados de punição por algumas chefias. O caso mais emblemático é da regional do Portão, onde a inspetora Paulina, que não participou de nenhuma reunião com representantes da categoria, repassa informações distorcidas sobre a negociação que ocorreu no último dia 12 entre a comissão de negociação dos guardas e secretários municipais.
 
As ameaças e tentativas de desmobilização, no entanto, não estão surtindo efeito. Na avaliação de Alessandra Claudia de Oliveira, secretaria de imprensa e comunicação do Sismuc, “a categoria está muito organizada e a certeza é de que haja uma excelente adesão à greve. Não adianta tentar enganar os guardas. Os fatos estão estampados em praticamente todos os veículos de comunicação do Paraná”.
 
Casos de práticas anti-sindicais estão sendo averiguados pelo Sismuc e as provas a serem colhidas serão utilizadas para um processo judicial contra os infratores. Os servidores que se sentirem ameaçados ou souberem de alguma tentativa de coerção ou difamação do sindicato, podem colaborar com gravações.
 
Greve é direito
 
O direito de greve aos servidores públicos é garantido pelo artigo oitavo da Constituição Federal. Para evitar que a greve seja julgada ilegal, em caso de alguma ação jurídica da prefeitura, os guardas manterão um efetivo mínimo de 30% atuando para atendimento de casos de extrema emergência. Além disso, a prefeitura foi informada oficialmente ontem sobre a greve, cumprindo o requisito legal de aviso com 72 horas de antecedência. A assessoria jurídica do Sismuc também lembra que os grevistas em estágio probatório não podem ser punidos em suas avaliações.
 
Carteiras com porte de arma particular
 
Também ontem, depois da pressão dos guardas, começou a distribuição das cerca de 150 novas carteiras funcionais contendo a autorização para porte de arma particular. A medida evita que episódios como aquele em que dois guardas foram presos por porte de arma ilegal voltem a ocorrer. Mas não resolve o problema da falta de equipamento, lembra o guarda municipal Antonio Carlos Leão Sávio. Para ele, as novas carteiras são a confissão de culpa da prefeitura.
 
Imprensa Sismuc
 
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