3° Congresso da Confetam

Na abertura do 3º Congresso da Confetam, realizada na noite de quarta (23), em São Paulo, o presidente nacional da CUT Artur Henrique destacou a importância do ramo dos trabalhadores municipais no projeto de organização da Central, na ampliação da base de representação e na defesa de políticas públicas sociais cada vez mais abrangentes. O tema do Congresso é “Barrar o Fracionamento para Fortalecer o Ramos dos Municipais”.

“É preciso voltar a trabalhar a estratégia de crescimento da CUT. Devemos ampliar a capilaridade de nossa organização e, neste sentido, o ramo dos municipais é essencial”, disse Artur, que compôs a mesa de abertura. Com 200 delegados e delegadas de 16 estados brasileiros, o 3º Congresso da Confetam é o maior realizado até agora.

“Sabemos também que os trabalhadores públicos municipais são aqueles sobre os quais recaem necessidades extremas da população, que muitas vezes têm na rede municipal sua última esperança de atendimento”, afirmou o presidente. Lembrando que um dos pontos da pauta da Campanha Unificada dos Trabalhadores, lançada pela CUT há uma semana, reivindica a participação do povo na elaboração dos orçamentos públicos e o estabelecimento de mesas de negociação permanente entre governos e servidores, Artur disse que os demais ramos precisam engajar-se nessa luta.

SOLIDARIEDADE – “A CUT deve entrar de cabeça na campanha. Orçamento e serviço público não são assuntos apenas de trabalhadores do ramo. Não é possível que as idéias de solidariedade e unidade persistam como tese”, criticou. Na mesma linha, o presidente lembrou aos presentes que a CUT vai realizar seu Planejamento Estratégico em novembro, com o objetivo, entre outros, de consolidar linhas de atuação que aprofundem a organização dos ramos e a interação entre eles. “Espero que os subsídios que o 3º Congresso da Confetam trará para este debate serão debatidos com coragem pela CUT”.

O diretor executivo da CUT Carlos Henrique de Oliveira, que após o 3º Congresso entregará a presidência da Confetam ao(à) sucessor(a) eleito(a) pelos delegados, reafirmou o papel dos municipais na construção da Campanha Unificada dos Trabalhadores. “Essa campanha reafirma nossa convicção de que a luta conjunta se tornará um instrumento poderoso na mão da classe trabalhadora. Nosso ramos está em pleno crescimento, como atesta este Congresso, e portanto deve fazer sua parte. Que a união entre nós não seja apenas um elemento espiritual, mas um fato”, concluiu.

Para Quintino Severo, secretário-geral da CUT, o crescimento registrado pela Confetam entre os três congressos que realizou evidencia a capacidade de ampliação da própria CUT. “As possibilidades de ampliação deste ramo dentro da CUT é incalculável. E sua consolidação é estratégica para toda a sociedade, que depende diretamente dos trabalhadores públicos municipais”.

NÃO AO RETROCESSO – As lideranças presentes à mesa também reafirmaram a importância do processo eleitoral brasileiro para o avanço do ramos dos municipais. Cada uma à sua maneira, todas lembraram que o governo FHC, e os que o antecederam, orientaram-se pela diminuição da máquina pública, visando o Estado Mínimo, o que resultou em redução drástica do número de trabalhadores da rede pública e rebaixamento agudo das condições de trabalho. “Nosso dever é impedir que eles voltem a implementar suas idéias no Brasil”, afirmou Denise Motta Dau, secretária nacional de Organização.

“Não podemos esquecer também que os prefeitos perseguem os trabalhadores e criminalizam a atividade sindical, especialmente quando estão à sombra de governadores e deputados contrários aos interesses de nossa classe. Por isso, é extremamente importante impedir que os neoliberais que doaram o patrimônio público voltem ao poder. E não só isso. Precisamos lutar pela eleição de governadores e deputados comprometidos com nossa luta. Perder espaços nessas instâncias iria favorecer a futura eleição de prefeitos conservadores”, disse Rosane da Silva, secretária de Política Sindical da CUT.

Também estiveram presentes à cerimônia João Paulo Ribeiro, coordenador da Fasubra e Ana Lúcia, presidente da Fetam-SP. Representando o governo federal, Wagner Caetano, secretário nacional de Articulação Social, fez uma breve explanação dos investimentos junto ao funcionalismo e à rede pública de serviços. O 3º Congresso da Confetam se encerra neste Sábado, dia 26.

Fonte: www.cut.org.br