PPPs: É a prefeitura de Curitiba transformando o bem público em mercadoria
A prefeitura de  Curitiba, ao enviar para a Câmara Municipal o projeto de Lei que institui o Programa de Parcerias Público Privadas, não deixa dúvidas que  representa um grupo  político  que, há várias gestões, está à frente  da prefeitura. A trajetória  deste grupo iniciou-se com  Jaime Lerner, passando por Rafael Greca e  Cássio Taniguchi e atualmente  com  Beto Richa, que foi vice-prefeito  na última gestão.
Uma das marcas  destas gestões neo-liberais  foi o desmonte  do serviço público, consagrado pela  vontade incessante de privatizar e terceirizar serviços públicos  essenciais  a população curitibana.
Em vários momentos  a  sociedade civil organizou-se através dos movimentos sociais, sindicatos e mandatos populares  para  barrar  a privatização das creches e do serviços de saúde, que estava  posto no projeto de lei de Taniguchi que instituía as Organizações Sociais.
Mais uma vez denunciamos a tentativa  da  prefeitura com o projeto das PPP’s em  se eximir  das suas obrigações, transferindo para a iniciativa privada e para  o mercado o que  é  dever do Estado. Pois  todos os cidadãos especialmente  os mais pobres e a classe média,  pagam inúmeros impostos ao Estado  e este tem por princípio e natureza  devolver  para  a população serviços públicos  de qualidade.
O que está em jogo  com o projeto  é  que estes cidadãos  que já pagam seus  impostos,  vão ser  sacrificados novamente podendo vir a pagar  tarifas para  fazer uso dos serviços públicos.
A terceirização  que inevitavelmente ocorre com estas parcerias também gera as contratações precárias, ferindo o princípio constitucional  do  concurso público.
O projeto prevê contratos com isenção de impostos para a empresa parceira  e ainda  terá  validade  de até 35 anos, ou seja  o que  for firmado  pela atual  gestão  valerá  por esse período, dessa  forma para  que irmos às urnas  de  4 em 4 anos para  eleger  prefeito e  vereadores  se tudo  já estará sacramentado?
Não é difícil  compreendermos quem  será beneficiado  com tal iniciativa. Isso  reforça a tese  de  que em  Curitiba o Estado não  está  a serviço do bem  público, mas  sim  da  classe  dominante  desta cidade.
Nosso embate não será  fácil, já  que  certamente  como  fazem  desde o início desta gestão a grande  maioria  dos vereadores  da cidade, sem  nenhuma reflexão e sem pensar  na população que os elegeram  irão votar  a favor desse projeto.
A  luta  de todos os trabalhadores  que constróem com muita dignidade esta cidade  deve ser  para  que  o Estado  não transforme-se  em “comitês da elite dominante” . E  para que  isso ocorra,  todos  os sujeitos  políticos  dessa cidade  devem tomar as rédeas  da história nas mãos e promover a transformação social.  
Parcerias Público-Privada: esse é o respeito que a gente vê?
 
								 
								 
															


