Gestão Pimentel usa dinheiro dos trabalhadores para bancar licença-prêmio e impõe perda equivalente a quase um quinto da renda mensal
A Prefeitura de Curitiba oficializou nesta quinta-feira (30/10) o maior calote dos últimos anos contra os servidores. Ao adiar o reajuste de 5,17% da data-base de outubro para janeiro de 2026 – sem retroatividade -, a gestão de Eduardo Pimentel impõe uma perda equivalente a 17% do salário de cada um dos mais de 45 mil servidores da ativa e aposentados. Um prejuízo que chega a R$ 64 milhões em massa salarial saqueada do funcionalismo.
A manobra, que descumpre a legislação ao ignorar a data-base de 31 de outubro, utiliza recursos que deveriam compor a remuneração dos trabalhadores para financiar as licenças-prêmio. O cálculo expõe a dimensão do prejuízo: a não aplicação do reajuste nos salários de novembro e dezembro, no 13º e no 1/3 de férias representa exatamente 17% de uma remuneração mensal por servidor.
O SISMUC, com sua assessoria financeira, detalha a composição do valor:
• Custo mensal do reajuste de 5,17%: R$ 20 milhões
• Não pagamento em novembro e dezembro: R$ 40 milhões
• Não reajuste do 13º salário: R$ 18 milhões
• Não correção do 1/3 de férias: R$ 6 milhões
TOTAL DO CALOTE: R$ 64 milhões
“A Prefeitura pegou R$ 64 milhões que pertenciam aos 45 mil servidores e está usando para pagar cerca de 50% das licenças-prêmio – R$ 140 milhões serão destinados para o pagamento. É o funcionalismo bancando com seu próprio sangue um benefício que deveria ser custeado com o superávit orçamentário”, define a direção do SISMUC
Farsa fiscal: Prefeitura mente sobre situação financeira
Enquanto alega dificuldades financeiras nas mesas de negociação, a administração propaga publicamente seus resultados positivos. Em 29 de setembro, durante prestação de contas na Câmara Municipal, Vitor Puppi enalteceu o superávit primário de R$ 775 milhões registrado nos primeiros oito meses do ano.
Os números compilados pela equipe financeira do SISMUC desmentem a narrativa de crise:
• A Receita Corrente Líquida cresceu 9,14% em 2025
• O índice de gastos com pessoal caiu para 37,84% – bem abaixo do limite de 50%
• Há margem fiscal de R$ 440 milhões para gastar sem violar a LRF
• A arrecadação supera a previsão em R$ 1,4 bilhão
História que se repete: mesma equipe, mesmo desrespeito
O atual prefeito, que atuou como vice nas gestões anteriores, mantém a política de desvalorização que marcou os últimos anos:
• Entre 1999 e 2024: perda acumulada de 17,64%
• De 2016 a 2024: perda de 6,99%
• Agora, mais 17% de um salário com o calote do reajuste
O desrespeito se tornou ainda mais evidente quando a Prefeitura publicou o anúncio do reajuste em seu site e redes sociais antes mesmo de encerrar as negociações com os sindicatos.
Não vai passar!
Ato público e Assembleia Geral marcam a resistência contra o calote
A categoria se mobiliza em duas frentes de luta: um ato público imediato e uma Assembleia Geral Extraordinária. A pressão começa nas ruas e se consolida na deliberação coletiva.
Calote não é proposta! Data-base é direito!
HOJE, sexta (31/10), às 14h, em frente à Prefeitura de Curitiba, se mobilizamos para exigir a revogação imediata desta decisão e mostrar que não aceitaremos o desrespeito.
Na segunda-feira (03/11), Assembleia Geral Extraordinária decide os rumos da luta, Com primeira chamada às 19h e segunda às 19h30, todos os servidores sindicalizados terão voz e voto para deliberar coletivamente sobre a proposta da Prefeitura. Este é o momento máximo de decisão da categoria.
O Sindicato é a luta organizada dos servidores. Nosso direito não se negocia, se conquista!


