28 de outubro – Dia do Servidor(a): qual é o nosso presente? Cobrança e luta incessante!

Servidor(a) de Curitiba, hoje, a data é nossa, mas a pergunta que ecoa é um grito: temos o que celebrar? A resposta é sentida na ponta do nosso trabalho: onde há perda de direitos e desvalorização, há luta, e esta luta não terá pausa.

Você é a alma que faz Curitiba respirar, a pessoa que acorda antes do sol para garantir segurança, saúde, educação, assistência social, fiscalização e o funcionamento essencial desta cidade. Sua dedicação entrega um serviço público de excelência, que, ironicamente, coleciona prêmios para a gestão municipal, como o mais recente Prêmio Band Cidades Excelentes nos pilares de Governança e Educação. Mas, enquanto a Prefeitura ganha os holofotes e o reconhecimento externo, qual é o presente que o servidor recebe? O presente é a indiferença, a desvalorização e a falta de ação efetiva por parte do prefeito Eduardo Pimentel, do secretário de Finanças Vitor Puppi e dos demais secretários da cidade.

Nós conhecemos a dor de perto: são anos amargos enfrentando o descaso, com salários cruelmente corroídos por uma inflação que nos roubou quase 18% de perdas acumuladas. Vimos a sombra de reformas que tentam precarizar nosso trabalho, como as alterações na previdência municipal que insistem em rasgar nossos direitos, com terceirizações e uma sobrecarga diária que não poupa nem o corpo, nem a alma. Professores da educação infantil, profissionais da saúde, administrativos e técnicos, assistentes e educadores sociais, cozinheiras, polivalentes, auxiliares de serviços escolares e os queridos aposentados sentiram e continuam sentindo esse peso… As promessas que não são cumpridas pela gestão só nos dão mais força para seguir na luta, cobrando e pressionando.

Mas no meio de tanto descaso, o que aconteceu? Nossa dignidade se transformou em uma muralha. Nossa luta não se calou. E é aqui que mora a nossa força.

Foi a nossa mobilização que forçou cada passo de avanço. Com a nossa organização e a nossa voz unida, arrancamos conquistas que a gestão não queria entregar. Fizemos a diferença com a luta que resultou em aumento salarial para categorias essenciais, conseguindo um destaque histórico para os Auxiliares de Serviços Escolares, que carregavam o menor salário de todo o funcionalismo. Além disso, a pressão garantiu planos de cargos e carreiras mais justos, a tão esperada transição de carreira, o pagamento do piso para os professores de educação infantil e o direito ao recebimento da gratificação natalina, entre outros direitos conquistados através da nossa mobilização e pressão constante.

Pense no seu dia. Seu trabalho é a única garantia de um atendimento de excelência para a população, apesar das dificuldades. É o professor que se dedica mesmo com a sala lotada, o profissional da saúde que cuida de todos com zelo, o agente administrativo que faz a burocracia funcionar, o fiscal que garante a lei e a cidade na direção certa. Cada um de vocês é a prova viva da necessidade do serviço público, e cada pequena vitória conquistada é a celebração da coragem diária de enfrentar o descaso e manter a qualidade do trabalho.

Olhando para o amanhã, temos uma única certeza vital: a união é o nosso maior patrimônio. E nosso voto, a nossa maior arma contra o descaso.

O futuro nos convoca a uma vigilância e mobilização inegociáveis. Precisamos manter a chama acesa para defender salários justos, repor integralmente as perdas inflacionárias, proteger a estabilidade e cada direito que conquistamos. A resistência contra a ameaçadora Reforma Administrativa (PEC 32) deve ser forte, e nosso foco precisa estar em melhorar as condições de trabalho e fortalecer a participação democrática.

Portanto, neste 28 de outubro, a lição é: o servidor não aceita migalhas em troca de excelência. Não podemos permitir a continuação das perdas e do desmonte. E o nosso compromisso é este: juntos, manteremos a vigilância e a voz ativa. Seguiremos na luta com a força da nossa união, construindo a dignidade e a valorização que o nosso trabalho merece!