Artigo de opinião | 25/10 – Dia da Democracia – Democracia e Resistência

Por Adriana Cláudia Kalckmann


A democracia é conquistada com lutas, sacrifícios, resistência e o desejo de um país mais justo e livre. Ela não é perfeita, e a história nos mostra que, em algumas ocasiões, as escolhas democráticas podem ser equivocadas, com um preço alto a pagar. Ainda assim, apenas a democracia oportuniza o espaço em que diferentes vozes podem se expressar e em que os conflitos se resolvem por meio do diálogo e do voto, não pela violência ou pela imposição da força.

Nos últimos anos, países democráticos sofreram derrotas eleitorais para governos autoritários e, como consequência, tiveram sua democracia constantemente ameaçada. Esses governos extremistas adotaram e incentivaram a violência como forma de manifestação política.

O Brasil, os EUA, a Hungria, a Turquia e a Polônia são exemplos de países em que a direita tomou o poder e houve retrocessos em agendas de direitos e participação popular.

Com suas bandeiras conservadoras e reacionárias, a direita defende o Estado mínimo, a intervenção militar, o machismo, o racismo e a homofobia. Confundem ataques à democracia com liberdade de expressão, atacam direitos e deflagram o caos.

A democracia é uma conquista coletiva e deve ser defendida pelo povo!

O episódio de 8 de janeiro de 2023, em Brasília, quando golpistas invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal, foi uma tentativa notória de destruir essa conquista. Trata-se de um episódio planejado, colocado em prática por meio de um plano de ações coordenadas, que começou com críticas ao sistema eletrônico de votação, seguido por operações de policiais rodoviários federais nas estradas, durante o segundo turno das eleições, para dificultar o acesso de eleitores às zonas eleitorais onde Lula conquistou mais votos no primeiro turno. O plano “Punhal Verde-Amarelo”, que previa assassinar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, foi mais um escopo para efetivar o golpe.

Em 8 de janeiro, a invasão das sedes dos três poderes não foi apenas um ato de vandalismo, mas um ataque direto à soberania popular e ao pacto democrático firmado pela Constituição, desrespeitando a vontade da maioria expressa nas urnas e buscando impor o caos sobre a ordem democrática.

É fundamental denunciar e resistir a qualquer movimento autoritário que tente silenciar a voz do povo. Defender a democracia significa proteger as instituições, mas também fortalecer a cidadania, garantindo direitos, justiça social e igualdade.

A lição que fica é cara: a democracia só se sustenta quando é defendida diariamente por todos nós. O Brasil mostrou que não aceitará retrocessos e que o futuro só pode ser construído com mais diálogo, respeito e participação popular.

Dito isso: sem anistia para golpistas!