Parceria da SME com Itaú Social reforça programas étnico-raciais na educação infantil, mas descaso com professores ainda persiste

Este mês, a Secretaria Municipal de Educação de Curitiba (SME) firmou uma cooperação técnica com a Fundação Itaú Social — um braço do Banco Itaú que tem como objetivo realizar ações que incidam em políticas públicas na educação pública brasileira. 

O acordo entre SME e o Itaú Social, que visa fortalecer práticas pedagógicas voltadas às relações étnico-raciais e à educação ambiental na Educação Infantil, não dispõe de qualquer tipo de contrapartida financeira da Prefeitura. De acordo com o estatuto da Fundação, os recursos para financiar os programas vêm de um fundo criado com as rendas do próprio grupo Itaú. 

Para o SISMUC, de fato se faz necessária a implementação de programas na educação infantil que fortaleçam práticas antirracistas. Essa é uma das pautas defendidas pelo sindicato, é preciso garantir formações específicas sobre o tema para as professoras e professores que atuam com as crianças. O objetivo é o de se construir um ambiente escolar mais justo e inclusivo desde os primeiros anos. Muitas vezes, as primeiras experiências de racismo sofridas por crianças negras Por isso, é fundamental que os CMEIs e escolas estejam preparados para enfrentar essas situações.

Embora o Sindicato reconheça a relevância da cooperação técnica firmada entre a SME e a Fundação Itaú Social, é impossível ignorar que servidoras e servidores da Educação Infantil em Curitiba enfrentam condições de trabalho que não podem mais ser ignoradas pela Prefeitura. A categoria convive com sobrecarga de trabalho pela falta de concurso público, salário defasado em relação ao piso nacional do magistério, e ainda sofre com o descumprimento da hora-atividade, um direito garantido em lei que possibilita o planejamento pedagógico.

A Prefeitura de Curitiba deve rever suas prioridades e investir efetivamente nos professores de educação infantil, garantindo estrutura, formação e valorização profissional e salarial.