Depois de trabalhar por mais de 30 anos para cuidar da cidade, não é justo não ter direitos garantidos, com condições dignas de vida na aposentadoria. Essa indignação mais uma vez esteve presente na mesa de negociação, realizada na manhã desta quinta-feira (14/08), entre representantes da direção do SISMUC com a Secretaria Municipal de Gestão de Pessoal (SMGP) e o Instituto de Previdência Municipal de Curitiba (IPMC).
A principal pauta foi o fim do confisco de 14%, que desde 2022 é descontado, mês a mês, dos salários de aposentados e pensionistas da Prefeitura de Curitiba. O desconto atinge mesmo quem recebe valores abaixo do teto do INSS, que em 2025 é de R$ 8.157,41, e compromete a renda de quem já contribuiu a vida inteira para o serviço público.
“Essa cobrança, injusta, retira dinheiro que faz falta para comprar comida, remédio, pagar as contas e manter o mínimo de dignidade na aposentadoria. Idosos e idosas que já dedicaram décadas de serviço à população enfrentam dificuldades de sobrevivência e perda de poder aquisitivo. Além de prejudicar diretamente a vida de cada aposentado, o desconto também impacta o comércio local, já que esses recursos deixam de circular na economia da cidade”, afirmou a direção do SISMUC.
Durante a mesa de negociação, a direção do SISMUC lembrou que o prefeito Eduardo Pimentel, quando ainda candidato, reconheceu publicamente a injustiça dessa cobrança e prometeu acabar com ela para os aposentados que recebem abaixo do teto do INSS. Agora, a categoria exige que a promessa seja cumprida ainda neste mandato, já que a cobrança foi uma decisão política da gestão anterior, da qual o atual prefeito, Pimentel, também fez parte.
Em resposta ao posicionamento e cobrança do Sindicato, a administração municipal se comprometeu com o SISMUC e os aposentados, afirmando que em outubro será feito um novo estudo do cálculo atuarial e o Sindicato será chamado para participar da análise, onde poderá ser previsto a redução e o impacto dos 14% sobre os salários e proventos dos aposentados.
Na reunião, também foi apresentada a reivindicação da ampliação do teto de isenção do desconto previdenciário, que hoje é de dois salários mínimos, para o teto do Regime Geral de Previdência Social. Além disso, a isenção até o dobro do teto do RGPS (Regime Geral de Previdência Social) para portadores de doenças graves, garantindo mais justiça e proteção a quem enfrenta problemas de saúde foi pautado.
Outro ponto apresentado pela direção do Sindicato foi sobre a reposição de perdas históricas e a reposição salarial, que abranja também os aposentados, assegurando isonomia e paridade entre os servidores.
Ainda sobre as questões financeiras, o SISMUC pautou à SMGP que seja realizada uma reunião conjunta com as secretarias de Finanças, Governo e Gestão de Pessoal para tratar de todas as demandas dos aposentados e dos servidores que estão na ativa que envolvem orçamento, tendo em vista que se precisa dar respostas para as questões de reajustes salariais, transições, pisos, entre outros reivindicações.
