Professoras de educação infantil se reúnem e mais um coletivo do SISMUC

O coletivo das professoras e professores de educação infantil, que aconteceu na noite da última quarta (09) no SISMUC, deu continuidade no debate iniciado no coletivo do dia 04 de junho, em que a categoria definiu diversas ações para fortalecer as pautas da categoria. Um dos principais pontos discutidos foi a criação de um Grupo de Trabalho para aprofundar os estudos sobre a educação especial, temática que tem gerado preocupação diante da falta de estrutura efetiva. Como parte do processo, o coletivo deliberou também pela realização de uma audiência pública na Câmara Municipal, ampliando o debate com a sociedade e o poder público.

Também foi discutida a aplicação de uma pesquisa junto à base da educação infantil, por meio de um formulário online, com o objetivo de levantar dados sobre as condições de trabalho e necessidades específicas. Outro ponto importante da reunião foi a deliberação sobre a realização de um balanço semestral da hora atividade, para identificar quantos profissionais têm conseguido exercer e os obstáculos enfrentados. O levantamento servirá como ferramenta de denúncia e cobrança junto à gestão.

Entre os encaminhamentos, ficou definido o fortalecimento do abaixo-assinado em defesa da educação, com objetivo de coletar as assinaturas da população. A categoria também decidiu por realizar atos regionalizados, iniciando pelas regionais Matriz e CIC. 

Além do espaço para encaminhamentos práticos, o coletivo é um espaço onde as trabalhadoras, que são a maioria nessa categoria, trazem suas angústias em relação às condições de trabalho que afetam suas vidas. Uma das maiores preocupações é o adoecimento, não só físico, mas mental gerado pela desvalorização profissional e sobrecarga de trabalho. O adecimento tem como consequência o grande número de afastamentos do serviço, o que acaba sobrecarregando outras professoras, causando um círculo vicioso. As professoras denunciam a ausência de um estudo para solucionar essa situação que se mostra cada vez mais insustentável.

A falta de qualidade na alimentação é um problema antigo, que acontece desde que este serviço foi terceirizado e repassado para a Risotolândia. Porém, vem piorando a cada dia o sabor e a falta de variedade do que é ofertado às crianças da cidade que possui o título de educadora e mais inteligente do mundo. “Qual o projeto Curitiba tem para as futuras gerações, uma vez que vem deliberadamente negligenciando algo fundamental para o desenvolvimento integral e saudável das crianças que possuem entre 0 e 5 anos”, questiona Edicleia Farias, professora de educação infantil e dirigente do SISMUC.

Outro alerta feito pela categoria é o da inauguração de CMEIs sem o número adequado de servidores para atender. “Inaugura-se a unidade, faz-se propaganda, mas não oferta o atendimento em todo o seu potencial”, manifesta uma servidora presente no coletivo. Agora, o caminho que vemos a Prefeitura de Curitiba tomar é o de abrir as portas para a terceirização, o que acende ainda mais uma preocupação para a categoria. O vale-creche e a PARS. S.A parecem ser as soluções encontradas para velhos problemas. O Sindicato sempre defenderá que a contratação de professores via concurso público e a valorização do serviço público é a única maneira de se construir uma educação que fortaleça as pessoas que formam uma cidade.