Consulta pública revela que investimento em educação é uma das prioridades para a população de Curitiba

Foto: Rodrigo Fonseca/CMC

Os resultados da consulta pública, realizada de 16 de maio a 1º de junho pela Câmara Municipal de Curitiba, que busca respostas da população a respeito de onde o orçamento do município deverá ser investido em 2026 foram apresentados na sessão parlamentar no último dia 9 de junho. A consulta pública ajuda a definir as metas e prioridades para a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026. De acordo com o projeto de lei da LDO, apresentado pela Prefeitura, o valor do orçamento projetado para 2026 será de 15,6 bilhões, o que representa um aumento de 7,5% em relação a 2025. Isso quer dizer que a projeção é de um caixa passível de ampliação dos serviços oferecidos à população. 

Ficando atrás da Segurança Pública (28% das respostas), a Educação foi a segunda área apontada para receber maior atenção da gestão pública, com 14% das recomendações, principalmente no que se refere à ampliação no número de profissionais na rede. O SISMUC faz coro com a sugestão apontada pela população, sendo inclusive uma reivindicação recorrente do Sindicato a contratação de mais professores de educação via concurso público, além do chamamento de mais Auxiliares de Serviços Escolares — visto que ainda há candidatos no banco do último concurso. 

A vereadora Camilla Gonda (PSB) questionou aos representantes técnicos da Secretaria Municipal de Planejamento, Finanças e Orçamento presentes na sessão se a LDO prevê um crescimento na folha de pagamento dos servidores públicos, além de novos concursos públicos e mudanças no plano de carreira. “Minha segunda pergunta é com relação ao impacto previsto desses investimentos em despesas futuras, como previsão de construção de novos CMEIs e outros equipamentos públicos”, complementa Camilla. O diretor do Departamento de Orçamento, Carlos Eduardo Kukolj, afirma que a Secretaria de Finanças já está prevendo os reajustes salariais e planos de carreira, tanto dos servidores ativos quanto inativos. “Mas é na Lei Orçamentária que a gente entra mais nessa questão de contratação e todas as definições. Pois agora [na LDO] são mais as diretrizes.”

Em relação ao custeio das construções de equipamentos, Carlos aponta que para 2026 ainda não há o custeio, somente as projeções que já estão colocadas nas despesas correntes. “Cada secretaria faz a programação real de despesa por contratos e cada órgão coloca a estimativa de quanto vai gerar. Com base nisso, é definido o limite orçamentário por secretaria.”

O Departamento também informou que além dos custos com construção e contratação de pessoal, também inclui os gastos com tudo o que envolve o funcionamento do CMEI, como limpeza e a alimentação, para que não haja diferença do que foi orçado e o que realmente é necessário para que o atendimento ocorra da forma adequada. 

É fundamental que o secretário de Planejamento, Finanças e Orçamento de Curitiba, Vittor Puppi, considere com seriedade e senso de urgência a pauta da educação infantil. A falta de profissionais, o déficit de vagas nos CMEIs, os desafios estruturais e a sobrecarga sobre os professores são realidades que já não podem mais ser empurradas para depois. A própria população, por meio da consulta pública, deixou claro o recado: educação é prioridade. Portanto, é preciso que o secretário libere os recursos necessários.