Equipes da odontologia se reúnem com Secretaria Municipal de Saúde e cobram melhores condições de trabalho

Para deliberar a respeito de valorização, transição de carreira e melhores condições de trabalho, Auxiliares de Saúde Bucal e cirurgiã-dentista estiveram na última quinta, 29 de maio, na Secretaria de Saúde. 

Os Auxiliares em Saúde Bucal (ASBs) exigem respostas concretas às demandas que se arrastam há anos. Uma das pautas debatidas foi a transição de carreira, acordo firmado com a gestão municipal anterior e que ainda está estagnado, impedindo que servidores avancem em suas carreiras. A situação se torna ainda mais preocupante diante da exigência prevista na Lei 116/2023, que limita a participação no crescimento vertical apenas aos servidores que já estavam na parte permanente do cargo até 30 de junho do ano anterior à abertura do procedimento. Ou seja, o SISMUC reivindica por uma alteração na legislação para que boa parte da categoria não fique de fora.

Ana Carolina Schlotag, responsável pela Gestão de Pessoas da Secretaria da Saúde, afirma que a SMS já fez o pedido para a Prefeitura. “A gente quer que a transição aconteça, mas hoje, a competência de análise é da Secretaria de Gestão e Pessoal. Agora já foge a nossa competência, mas, é que eu te digo que, enquanto gestão, estamos atentos a todos esses encaminhamentos”, declara. 

Além de pressionar a SMGP, o SISMUC afirma que a pressão deve acontecer no âmbito das finanças. “Quando comparada à transição da enfermagem, a [transição] dos ASB possui um impacto financeiro muito menor, até pelo quadro de pessoal ser reduzido. O secretário de finanças precisa liberar a transição de carreira para os auxiliares de saúde bucal”, aponta Juliana Mildemberg, coordenadora geral do Sindicato. 

Outro ponto recorrente foi a falta crônica de profissionais nas unidades, o que tem gerado desgaste físico e emocional. Até para tirar suas férias, é algo de gera dificuldades, como relata a ASB Kéfera Monte Serrat.  “Desde o ano passado não tem gente o suficiente para cobrir minhas férias. Elas foram canceladas em cima da hora e depois fracionadas para que eu tirasse junto com o cirurgião-dentista do meu turno, pois não havia quem me cobrisse.”

O dimensionamento das equipes também foi questionado. Em diversas unidades, um único ASB precisa dar conta da demanda de dois ou três cirurgiões-dentistas. “Essa conta não fecha. A gente está adoecendo, e a qualidade do atendimento está caindo”, pontuou uma servidora.

A categoria denunciou ainda a inconsistência nas decisões de gestão, com diretrizes que variam de distrito para distrito e um protocolo de organização que, segundo os profissionais, é frequentemente desrespeitado. Segundo a servidora presente na reunião, tem lugar que a chefia permite fracionar férias, tem lugar que não. Depende da conveniência do gestor, e não da realidade do trabalhador.

A categoria questiona para onde estão indo os repasses que governo federal envia para a odontologia. “A Odontologia recebe repasses federais expressivos. Onde está esse dinheiro? Por que ele não chega na ponta?”, completa Kéfera, que afirma que os Auxiliares vão se sentindo cada vez mais esquecidos pela gestão. 

Ao fim da reunião, a Secretaria de Saúde se comprometeu em encaminhar as pautas debatidas, bem como permanecer com o canal de diálogo aberto com o Sindicato. Nos próximos meses o SISMUC se reunirá novamente com a SMS e SMGP para discutir a pauta de reivindicação da saúde. Acompanhe os desdobramentos nas nossas redes sociais.