Nota de apoio à deputada estadual Ana Júlia Ribeiro

Violência política de gênero, esse é o nome dado à situação que ocorreu com a deputada estadual Ana Júlia Ribeiro (PT). O ataque partiu do deputado estadual Ricardo Arruda (PL) que, em entrevista a jornalistas, desqualificou a atuação de Ana Júlia por causa do seu jeito de se vestir e falar, ironizando que ela ainda acha que está no diretório acadêmico da universidade. A afronta aconteceu após a deputada denunciar as quatro faltas consecutivas de Arruda em sessões da Comissão de Constituição e Justiça, o que levaria a sua perda de lugar na CCJ, como define o regimento.   

A violência política contra a mulher é um crime previsto na Lei 14.192/21, uma vez que o texto define como violência o ato de constranger e humilhar a candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

O ambiente político é patriarcal, dominado por figuras masculinas, o que acaba exigindo que as mulheres performem dentro de um estereótipo para conseguirem se encaixar neste espaço machista e misógino. Nas situações onde as mulheres não performam da maneira projetada, um dos principais obstáculos enfrentados é justamente o desmerecimento de seu trabalho, seja pela sua maneira de falar ou de se vestir, como é o caso de Ana Júlia, uma mulher jovem e combativa. 

O SISMUC manifesta apoio à deputada e a todas as mulheres que exercem com coragem e responsabilidade seus mandatos, enfrentando diariamente tentativas de silenciamento. Não aceitaremos intimidações, a democracia se faz mais forte quando mulheres sentem-se seguras para ocupar espaços de poder sem que haja qualquer tipo de violência. 

Foto: Rodrigo Fonseca/CMC