SISMUC sedia 1ª Plenária Preparatória do Dia Internacional de Luta das Mulheres, o 8M

Encontro reuniu diversas organizações sociais, de base e sindicais para fortalecer a luta feminina

A preparação para o Dia Internacional de Luta das Mulheres, o 8M 2025, já está em andamento. No último sábado, 1º de fevereiro, o SISMUC teve a honra de sediar a 1ª Plenária Preparatória, organizada pela Frente Feminista de Curitiba, região metropolitana e litoral. O encontro teve como objetivo discutir e definir os elementos centrais que serão abordados na mobilização do 8M, além de construir coletivamente o mote do ato. Foi um espaço de debate sobre a atual conjuntura e planejamento das ações que mobilizarão a sociedade no próximo mês.

Durante a plenária, foram discutidos temas essenciais para a luta das mulheres, como o combate à violência de gênero, o direito à renda, à moradia, à autonomia sobre o corpo e a valorização do serviço público e o fortalecimento das políticas públicas. A necessidade de resistência contra projetos da extrema-direita que impactam negativamente as mulheres em situação de vulnerabilidade também esteve no centro dos debates.

Edicleia Aparecida Faria, da coordenação do SISMUC, destacou a relevância da participação feminina na construção de uma sociedade mais justa. Ela ressaltou que, “além de ser um sindicato municipal com 80% de mulheres em sua base, o SISMUC luta para que os direitos das mulheres que constroem a cidade e fazem as políticas públicas em Curitiba sejam reconhecidos”. Segundo ela, “são as mulheres que realmente fazem a transformação na sociedade. São elas que estão sempre ali cuidando da criança, dos idosos, dos pais. Criar políticas públicas destinadas às mulheres é o caminho de uma sociedade mais justa, mais igualitária, mais solidária…”.

Niuceia de Fátima Oliveira, integrante do conselho fiscal do SISMUC, reforçou a importância da mobilização coletiva. “A gente esteve no SISMUC durante o dia todo, na Plenária para a organização deste 8 de março, que no Dia Internacional da Mulher traz para as ruas todos os movimentos sociais que compõem a Frente Feminista”, afirmou. Ela destacou ainda a inserção do SISMUC no movimento sindical nacional e internacional, enfatizando que “valorizando o serviço público, estaremos valorizando o lugar da mulher e suas condições dignas de existência para toda a sociedade”.

 

Espaço de denúncias, reflexões e construção

Além de planejar as ações para o 8M, a plenária foi um espaço para denúncias e reflexões sobre as opressões enfrentadas diariamente pelas mulheres. Mariana R. S. Panek e as demais integrantes da Coordenação da Frente Feminista ressaltaram o compromisso de mobilizar a população para ocupar as ruas no dia 8 de março, resgatando a força histórica dessa data, marcada pela luta das trabalhadoras contra a exploração e a violência. “Foi pelas mãos das mulheres que a primeira greve geral do Brasil aconteceu, e hoje seguimos sendo protagonistas dessa luta. Mulheres negras, indígenas, periféricas, LGBTs e com deficiência continuam carregando o maior peso das opressões, enfrentando o racismo, o patriarcado e o capitalismo que se entrelaçam, dificultando a vida e a saúde de todas nós”, afirmaram.

Os debates também trouxeram reflexões sobre a relação entre exploração capitalista e desigualdade de gênero, com a participação de representantes de sindicatos, movimentos de mulheres negras e indígenas, mulheres com deficiência, coletivos LGBTQIA+, partidos e mandatos. A unidade da classe trabalhadora foi reafirmada como essencial para enfrentar o avanço do fascismo e os ataques aos direitos, especialmente os reprodutivos, que estão mais ameaçados do que nunca.

Outro ponto central do encontro foi a denúncia da realidade do Paraná, um estado marcado pelo racismo e pela violência de gênero. “O Paraná, estado racista e violento, ocupa o segundo lugar em mortes de pessoas trans e segue oprimindo mulheres nos cárceres, especialmente mulheres negras”, alertaram as coordenadoras. Elas também criticaram o descaso da Prefeitura de Curitiba, que não oferece espaços de apoio adequados às mulheres, além de apontarem a escalada da violência, o alto custo de vida e a exploração no trabalho. “Também nos somamos à luta das professoras que, em todo o Brasil, simbolizam a resistência das trabalhadoras organizadas”, completaram.

 


Mulheres servidoras de Curitiba, é hora de somar forças!

Com 23.988 mulheres representando 81% do total de 29.506 do quadro geral do funcionalismo público de Curitiba, nossa presença é fundamental na construção de políticas públicas e na transformação da sociedade.

Nós, que diariamente cuidamos da educação, da saúde, da assistência social e de tantos outros serviços essenciais, sabemos o peso e a importância do nosso trabalho. Por isso, convocamos todas as servidoras a se unirem a essa luta, que é nossa também. Juntas, podemos fortalecer a resistência contra as opressões, defender nossos direitos e garantir um serviço público valorizado, que reconheça e promova a dignidade das mulheres. 

Vamos ocupar as ruas no 8M, mostrar nossa força e reafirmar que, quando as mulheres avançam, toda a sociedade avança!