O maior campus da Universidade Federal do Paraná (UFPR) será palco da 21ª Jornada de Agroecologia, entre os dias 4 e 8 de dezembro. O campus Politécnico, localizado no bairro Jardim das Américas, vai receber a grande Feira da Biodiversidade, show e apresentações artísticas, seminários e oficinas práticas. A ação é realizada por cerca de 60 organizações, movimentos sociais e populares, coletivos e instituições de ensino, desde 2002.
A edição deste ano terá como tônica o debate sobre o enfrentamento à crise ambiental, cujos efeitos já foram sentidos intensamente no Brasil em 2024, como as enchentes no Rio Grande do Sul, as secas na Amazônia e os incêndios florestais em diversas regiões do país.
Neste cenário de crise, a agroecologia é defendida por camponeses, povos originários e tradicionais, pesquisadores, estudantes e ativistas como alternativa fundamental para a sobrevivência das pessoas e dos ecossistemas. É o que comenta a pró-reitora de Extensão e Cultura da UFPR, Profª. Drª. Mayara Elita Braz Carneiro, integrante da organização da atividade.
“É com imensa alegria que a UFPR receberá a 21ª Jornada de Agroecologia, no seu maior campus, no Centro Politécnico. Um momento único de troca de saberes entre a nossa comunidade interna e o público externo, com uma pauta extremamente necessária para enfrentarmos a crise ambiental, a Agroecologia. Será um espaço de muito aprendizado e de valorização do saber popular e tradicional”, destaca.
Dois dos principais objetivos do evento são mostrar ao público urbano os frutos da agroecologia e a viabilidade como modo de produção de alimentos e de vida saudável. A agroecologia é prática, movimento e ciência que busca promover a produção de alimentos saudáveis e a segurança alimentar, relações sociais justas e cuidado com o meio ambiente, pensando no presente e nas gerações futuras.
Carla Dalepiane, agricultora e moradora do assentamento Novo Paraíso, em Boa Ventura de São Roque, vive a agroecologia no seu cotidiano e, em mais um ano, se prepara para a nova edição da Jornada. “Todo ano a gente se prepara para a jornada, vir participar, fazer trocas de experiências, aprender com as oficinas, participar das feiras. É um espaço para você conhecer muita coisa que vem dos assentamentos”.
Das coisas boas produzidas na unidade familiar de Carla, estão alimentos saudáveis como leite, erva-mate, verduras, mandioca e batata-doce. Boa parte dessa produção é entregue ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
A Jornada receberá centenas de famílias agricultoras, camponesas, assim como a de Carla, mas também povos originários e tradicionais, professores, estudantes e militantes dedicados às diversas lutas relacionadas à agroecologia e ao meio ambiente.
A programação garante quatro dias intensos de atividade para todas as idades: feira de alimentos agroecológicos e artesanatos, shows musicais e apresentações culturais nacionais e regionais, seminários e oficinas, além de uma diversidade de espaços de visitação. Em breve, será divulgada a programação oficial.