“Educação pública vai além de garantir vagas, deve ser inclusiva e emancipatória”, afirma SISMUC

Atualmente, Curitiba conta com aproximadamente 140 mil crianças e estudantes matriculados na Educação Infantil e no Ensino Fundamental. O atendimento é realizado por uma força de trabalho composta por cerca de 17 mil profissionais, incluindo professores, inspetores e pessoal administrativo e de suporte, sendo a maioria servidores e servidores públicos. Em meio a esse vasto cenário, surge uma pergunta crucial: Qual educação infantil queremos e devemos defender para nossas crianças e estudantes? Um modelo assistencialista, que apenas matricula os pequenos sem garantir qualidade e aprendizado integral? Ou buscamos um ensino que se constitui como um pilar essencial para o desenvolvimento humano, onde se estabelecem as bases cognitivas, emocionais e sociais dos alunos?

Para o SISMUC, o compromisso com a educação deve ir além do simples acesso às unidades educacionais. Segundo o Sindicato, a universalização do direito à educação é uma meta indispensável, garantindo que todas as crianças, independentemente de sua origem, cultura ou condição social, tenham a oportunidade de ingressar nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) e nas escolas, com a certeza de que receba uma educação gratuita e de qualidade. 

Juliana Mildemberg, coordenadora geral do SISMUC, enfatiza que a educação é a base para a construção de uma sociedade mais justa. “Educação pública vai além de garantir vaga nos CMEIs e escolas, deve ser inclusiva e emancipatória. Se não garantirmos uma educação que respeite as especificidades de cada criança e que fomente o pensamento crítico desde os primeiros anos, estaremos caminhando no sentido contrário das mudanças que ocorrem na sociedade. É preciso formar cidadãos que tenham consciência de classe e sejam questionadoras.”

Desde a sua fundação, há 36 anos, o SISMUC luta pela valorização dos servidores e por condições dignas de trabalho para os profissionais, tendo em vista que, para o Sindicato, a qualidade da educação pública está intrinsecamente ligada aos profissionais. Contudo, a entidade destaca que, os trabalhadores têm sido impactados negativamente, inclusive com falta de cumprimento da hora-atividade — tempo para planejamento das atividades e atendimento às famílias, infraestruturas inadequadas nas unidades, muitas inclusive alagam em período de chuva, escassez de recursos pedagógicos e a sobrecarga de trabalho.

“A falta de condições dignas de trabalho para os servidores afetam diretamente as crianças, privando-as de um ambiente acolhedor e propício ao aprendizado, além de comprometer o desenvolvimento integral que tanto defendemos. O descaso com os profissionais e a falta de investimentos adequados comprometem a qualidade do ensino, negando, na prática, o direito constitucional ao acesso à educação pública”, aponta Juliana.

Ela complementa e alerta: “apesar de termos essa situação na educação, a nossa história é marcada pela luta por dignidade. Por isso, neste período eleitoral em Curitiba, é essencial analisarmos a postura dos candidatos em relação à educação pública e aos servidores. Precisamos nos perguntar: o que cada um defende para as nossas crianças? Eles promovem uma educação inclusiva e de qualidade, ou pretendem transformá-la em um grande balcão de negócios e empreendedorismo?  As escolhas que fizermos agora terão impacto direto no futuro da educação e no desenvolvimento das próximas gerações!”