Dia das/os professoras/es: um dia de celebração, marcado por décadas de luta por direitos

Hoje, dia 15 de outubro, celebramos o Dia dos Professores e das Professoras, uma data que desperta lembranças de uma figura essencial na vida de todos: o professor e a professora. Quem não se lembra daquele/a professor/ professora que marcou sua trajetória, que nos ensinou não apenas as primeiras letras, mas também valores e lições que levamos para a vida inteira? Os professores e as professoras de educação infantil, em especial, desempenham um papel decisivo nesse processo. Eles são as primeiras referências para as crianças, fundamentais para o desenvolvimento cognitivo, físico e social durante a fase mais importante da formação humana.

Mas, por trás do afeto e da dedicação que vemos nestes profissionais que atuam em CMEIs e escolas, existe também uma história de luta e resistência. Em Curitiba, essa trajetória de luta dos professores e das professoras de educação infantil começou na década de 1980, quando ainda eram vistas como “babás”, desempenhando funções sem o devido reconhecimento. Com o passar dos anos, principalmente na década de 1990, os concursos públicos trouxeram a primeira profissionalização da categoria, mas a verdadeira transformação viria anos mais tarde.

Em 2001, estes profissionais de educação infantil enfrentaram um dos maiores desafios de sua história. Na gestão do então prefeito Cássio Taniguchi, foi anunciada a terceirização de 13 Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs), colocando em risco o emprego de cerca de 1.000 trabalhadores, chamados à época de auxiliares de desenvolvimento social. Essa ameaça fez com que os professores se mobilizassem e, com o apoio da comunidade, tomassem as ruas de Curitiba. O movimento parou a cidade, lotou a Câmara de Vereadores e garantiu que a educação infantil permanecesse pública e de qualidade.

Essa mobilização mostrou ainda mais a relevância da organização da categoria e a consolidação da luta sindical. Em 2003, a direção do SISMUC passou a contar com representantes da educação infantil, fortalecendo a união e as reivindicações dos professores. Em 2004, um novo concurso público dobrou o número de profissionais, e em 2005, com a conquista do plano de carreira, a nomenclatura foi alterada para “educadores”, um reconhecimento importante para aqueles que até então eram chamados de auxiliares.

A primeira greve dos educadores veio em 2007, com a pauta de isonomia salarial e a conquista da hora-atividade, garantindo mais de 30% de reajuste salarial e o direito de planejar suas atividades fora da sala de aula, a hora-atividade. Essa vitória abriu caminho para novas lutas e novos avanços, como a greve da “Onda Amarela”, em 2014, que consolidou a nomenclatura de “professor de educação infantil”, o direito à aposentadoria especial e o reajuste salarial do magistério.

Essas conquistas são fruto de uma luta contínua, de profissionais que, além de formarem nossas crianças, também se dedicam a garantir condições dignas para o exercício de sua profissão. São professores que enfrentam desafios dentro e fora das salas de aula, mas que nunca abandonaram seu compromisso com a educação e com a defesa de seus direitos. E é por essa luta que, no Dia dos Professores e das Professoras, além das memórias afetivas que nos trazem, devemos lembrar também do legado de resistência e força que esses profissionais construíram ao longo dos anos.

Hoje, ao relembrar destes e destas profissionais que marcaram nossa vida, também celebramos a história de uma categoria que, em Curitiba, mostrou que a educação infantil é um direito que precisa ser defendido, diariamente.