Pauta dos Analistas de Desenvolvimento Organizacional é debatida na Secretaria de Gestão de Pessoal

Na tarde do dia 25, o SISMUC esteve em mesa de negociação com a gestão municipal na Secretaria Municipal de Administração e Gestão de Pessoal (SMAP) para discutir a pauta de reivindicação dos Analistas de Desenvolvimento Organizacional de 2024. O sindicato expôs as diversas demandas dos analistas, que buscam maior valorização após anos de dedicação ao serviço público.

Reposição das Perdas Financeiras Históricas

O Sindicato apresentou um estudo detalhado sobre as perdas financeiras da categoria acumuladas ao longo dos anos, que chegam a 104% sobre o inicial da carreira. Desde 2012, a carreira vem sendo desvalorizada, com salários congelados e defasados em relação ao mercado.

“Nossa tabela salarial foi desmembrada dos analistas financeiros e, desde então, ficamos esquecidos. Nesses 33 anos da prefeitura que trabalhei, vi que as outras carreiras foram avançando com valorização e a nossa carreira não, nós fomos deixados de lado,” destacou Cristiane Jacobi, analista aposentada. A gestão municipal afirmou que a falta de uma base de referência inviabilizou a análise técnica da proposta, porém, reconheceu a defasagem salarial e se mostrou favorável a receber o estudo proposto pela categoria. 

Em pesquisa realizada pelo Sindicato, foi levantado que os Administradores do estado recebem o salário inicial de R$8.588,00, um valor muito acima do inicial dos Analistas de Desenvolvimento Organizacional. O comparativo foi apresentado à Administração Municipal que reconheceu a defasagem e se colocou favorável para futuras negociações. 

A criação de procedimentos que viabilizem a mobilidade entre as funções dos analistas de desenvolvimento organizacional se faz crucial. “Quando a carreira não fica engessada em uma única área, todos ganham: os servidores, a Prefeitura, a qualidade no atendimento à população”, informa a direção do Sindicato. A administração reconheceu que a mudança de área de atuação é possível, mas condicionada à necessidade da administração e à qualificação do servidor​.

“A partir do momento que um servidor público entra na Prefeitura, o conhecimento intelectual é repassado. Mas, em algum momento isso vai se perder, se continuar dessa forma, sem possibilitar a mobilidade”, declara Cristiane. É uma cultura organizacional que vai se perdendo. Independente da gestão que está, a carreira em sua essência permanece. 

A categoria também reivindica que esta não seja uma carreira de “passagem” e que a Prefeitura possa valorizar o capital intelectual destes servidores. Além disso, solicitam a mudança na nomenclatura do cargo para Analista de Administração.

 

Pagamento das horas extras

Defendemos o pagamento da hora extra excedente e deve ser paga a todos os trabalhadores convocados. É fundamental que haja também um dimensionamento adequado para realização dos serviços, a exemplo do que tem acontecido no IMAP, como conta Suzana Fortes Cruz, analista.  “A nossa dificuldade é que estamos com um número reduzido de pessoal e, diariamente, temos servidores que fazem muitas horas extras, mas somente uma recebe pela hora extra. O que acontece, é que a gestão convoca apenas um servidor para cumprir o horário de abrir e fechar o local, mas somente uma pessoa não dá conta.”

O SISMUC irá oficializar a situação para a resolução do problema.

Atribuições do cargo

Outra demanda crucial discutida foi a atualização das atribuições do cargo para refletir as necessidades atuais da administração municipal e as qualificações dos profissionais. O SISMUC aponta que a carreira foi perdendo muitas atribuições ao longo do tempo e, agora, a matriz curricular se limita apenas à área de recursos humanos. “Antes, nossos cargos envolviam diversas áreas de administração, mas com o tempo, muitas dessas atribuições foram perdidas,” explicou Maria Elizabeth Malheiros, analista também aposentada. Ela complementa que havia 34 atribuições que contemplavam todas as áreas administrativas e financeiras do cargo. 

Além disso, o Decreto 90/2019, que trata da descrição do núcleo básico, das atribuições específicas inerentes ao cargo de Analista de Desenvolvimento Organizacional da Administração, não é específico quanto às atribuições para as Administrações Indiretas.  O Sindicato reivindica a inclusão de funções na área financeira e a participação na revisão da descrição do cargo. 

A Administração informou que a revisão das atribuições está em andamento, com a participação de diversas secretarias e órgãos. 

Plano de Carreira

A discussão sobre o Plano de Carreiras também foi destaque na reunião. A direção do SISMUC solicita a dinamização do plano para permitir avanços reais na carreira, com aumentos salariais e cumprimento de pré-requisitos estabelecidos. “Os planos ficaram congelados por anos, gerando uma demanda reprimida enorme. Limitar o número de vagas e usar a LTS como critério é cruel com o servidor,” afirmou Alessandra Oliveira, dirigente do sindicato. Também reivindicamos a regulamentação da legislação 16.198 referente a liberação para mestrado, doutorado, entre outras. 

A administração, contudo, defende que os mecanismos de evolução na carreira são uniformes para todos os cargos da administração municipal​. 


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