Protesto contra a privatização de escolas: Indígenas acampados em frente ao Palácio Iguaçu garantem reunião com secretário estadual de educação

Na segunda e terça-feira desta semana, mais de 300 indígenas acamparam em frente ao Palácio Iguaçu para protestar contra a privatização das escolas estaduais. Lideranças das dez comunidades indígenas presentes no acampamento solicitavam uma reunião com o Secretário Estadual de Educação, Roni Miranda, que aconteceu durante a tarde de ontem (28).

De acordo com Jucelio Aparecido da Silva, professor de uma escola indígena, a mobilização duraria até que eles se reunissem com o Secretário. “Nós queremos uma resposta mais concreta, um documento assinado pelo secretário da educação, né. Porque só na fala não resolve. Mas, fomos bem recebidos, ele assinou o documento e realmente as escolas indígenas vão ficar fora do projeto”.  

Segundo informações publicadas hoje pelo governo estadual, outra compromisso firmado em reunião foi a expansão do programa Escola Mais Bonita, visando reformas emergenciais, de avaliar a possibilidade de inclusão de representantes indígenas em alguns Núcleos de Educação e de incluir um representante indígena no comitê encarregado de debater a reforma da Lei Complementar 123 de 2008, que regulamentou os cargos de Agente Educacional I e II. Também foi estabelecido um canal de comunicação com o Conselho Indígena para discutir a reforma, ampliação e revitalização das 39 escolas indígenas.

A conquista da população indígena revela a força da organização coletiva que nunca pode se desvanecer. A luta contra a privatização das escolas estaduais continua! Na próxima segunda-feira, 03/06, a partir das 8h na Praça Santos Andrade, servidores da educação estadual estarão em um ato organizado pela APP Sindicato.  

 

Entenda: O governador Ratinho Jr. e o secretário de educação, Roni Miranda, enviaram à toque de caixa para Assembleia Legislativa o projeto de lei 345/2024, que institui o Programa Parceiro da Escola.

Os tais “parceiros” são, na realidade, empresas privadas. Entre outras palavras, o governador quer entregar a educação do Paraná nas mãos de empresários, o que levará a consequências negativas aos trabalhadores que visam uma educação de qualidade à população.

De acordo com a APP Sindicato, caso o projeto seja aprovado, não haverá processo licitatório e os requisitos do edital sugerem um jogo de cartas marcadas para beneficiar um grupo seleto que cumpre os critérios.

Em assembleia histórica, com a participação de aproximadamente cinco mil pessoas, trabalhadores e trabalhadoras da educação organizados pela APP, aprovaram uma greve contra a venda das escolas públicas.

O SISMUC acredita que a educação pública e de qualidade deve ser um direito de todos e todas. Agora é o momento de unir forças pelo fortalecimento do serviço público!