A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Boa Vista, localizada em Curitiba, enfrenta uma situação de sobrecarga de trabalho e condições precárias que comprometem o atendimento adequado à população.
A UPA enfrenta uma demanda crescente, além de atender os moradores próximos à região, a população da Região Metropolitana de Curitiba, incluindo as cidades de Colombo e Almirante Tamandaré, também utilizam os serviços da Unidade.
O fluxo de atendimento na UPA Boa Vista chega a atingir entre 130 e 150 pessoas na fila por período, resultando em uma espera média de 4 a 5 horas por paciente. Em um único dia, a UPA pode chegar a receber mais de 600 pessoas. Diante dessa sobrecarga, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tem exigido que os servidores façam horas-extras para suprir a demanda. Esta situação coloca uma pressão insustentável sobre os servidores da saúde, que lutam para atender os pacientes.
Como medida, o SISMUC encaminhou um ofício à Prefeitura e à SMS, exigindo a revisão do fluxograma de atendimento na UPA Boa Vista, bem como uma reavaliação do dimensionamento desta unidade de saúde. É fundamental que a gestão municipal aja imediatamente para resolver esses problemas e garantir um atendimento de qualidade.
Calor sufocante
Além da sobrecarga de trabalho, outra questão alarmante é a falta de condições adequadas de trabalho para os profissionais da saúde. Das três salas utilizadas para a classificação de risco dos pacientes, duas não possuem nenhum tipo de ventilação, sendo abafadas e pequenas, o que dificulta a circulação de ar e compromete o conforto e bem-estar dos servidores e, consequentemente, dos usuários.
Unidade de Saúde Pinheiros enfrenta falta de profissionais
A situação crítica enfrentada pela UPA Boa Vista não é um caso isolado. Na Unidade de Saúde Pinheiros, regional Santa Felicidade, há falta de profissionais. Durante o período da manhã, a carência é de duas técnicas de enfermagem, enquanto no turno da tarde, das sete técnicas de enfermagem previstas, faltam 4 profissionais. Para minimizar o impacto, a Secretaria de Saúde emprestou uma profissional da Fundação Estatal de Atenção em Saúde (FEAS) para complementar a equipe.
Um ponto que merece destaque é que todos os médicos que atendem na Unidade são da FEAS, tanto no período da manhã quanto no da tarde. Isso levanta sérias preocupações sobre a terceirização dos serviços de saúde.
Mas, a escassez não se restringe aos técnicos de enfermagem. A unidade conta com apenas um Auxiliar de Saúde Bucal (ASB) e nenhum Técnico em Saúde Bucal (TSB) durante o período da tarde.
Por que a Prefeitura não repõe o quadro?
O SISMUC verificou a lista dos candidatos aprovados no último concurso público para os cargos de técnicos de enfermagem, ASB e TSB. Os números são expressivos: 108 ASB, 70 TSB e 940 técnicos enfermagem foram aprovados. Estes profissionais aptos aguardam apenas o chamamento para assumir seus cargos e poderiam, portanto, suprir o déficit de pessoal nas unidades de saúde.
Infelizmente, as situações citadas nesta matéria mostram a realidade de diversas unidades de saúde espalhadas pelo município. Simples seria se estes fossem apenas problemas pontuais, porém, eles retratam a falta de zelo que a Prefeitura tem com os servidores e servidoras da saúde. Exigimos um olhar atento e a revisão do modelo de gestão praticada atualmente.