LOA 2024 é sancionada pelo Governo Federal; confira como ficou o orçamento deste ano

Nesta segunda-feira (22), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024, Lei 14.822/24, aprovada pelo Congresso Nacional. A legislação, que limita as estimativas de receita e fixa as despesas dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário da União para o exercício financeiro do ano, prevê para os próximos meses um montante total de aproximadamente R$ 5,5 trilhões

Vale destacar que este é o primeiro orçamento proposto pela gestão Lula em seu terceiro mandato. O orçamento de 2023 foi apresentado pelo governo Bolsonaro, impactando diretamente em diversas áreas até o começo deste ano. Veja detalhamento das despesas da LOA 2024 mais abaixo.

“A promulgação da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024 impacta diretamente nos municípios brasileiros, uma vez que estabelece as diretrizes para a distribuição de recursos financeiros e as prioridades nacionais, influenciando a destinação de verbas para áreas como saúde, educação, infraestrutura e programas sociais”, explica a direção do SISMUC.

 

Despesas da LOA 2024

Em um vídeo publicado nas redes sociais, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), explicou que o orçamento deste de 2024, comparado ao anterior, terá um crescimento nos investimentos para a saúde em 18%, na educação de 11% e de 30% para ciência e tecnologia.

Confira a seguir a distribuição por órgão nos Orçamento Fiscal e da Seguridade Social:

 

Órgão Valor
Ministério da Previdência Social R$ 929,7 bilhões
Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome R$ 281,9 bilhões
Ministério da Saúde R$ 232,0 bilhões
Ministério da Educação R$ 181,0 bilhões
Ministério da Defesa R$ 126,4 bilhões
Ministério do Trabalho e Emprego R$ 110,4 bilhões
Ministério dos Transportes R$ 56,3 bilhões
Ministério da Fazenda R$ 33,0 bilhões
Justiça do Trabalho R$ 26,9 bilhões
Ministério das Cidades R$ 22,3 bilhões
Ministério da Justiça e Segurança Pública R$ 21,9 bilhões
Justiça Federal R$ 16,1 bilhões
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação R$ 12,8 bilhões
Justiça Eleitoral R$ 11,9 bilhões
Ministério da Agricultura e Pecuária R$ 11,3 bilhões
Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional R$ 9,8 bilhões
Ministério Público da União R$ 9,3 bilhões
Ministério de Minas e Energia R$ 9,0 bilhões
Câmara dos Deputados R$ 8,0 bilhões
Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos R$ 6,5 bilhões
Senado Federal R$ 5,9 bilhões
Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar R$ 5,8 bilhões
Ministério de Portos e Aeroportos R$ 5,4 bilhões
Ministério das Relações Exteriores R$ 4,5 bilhões
Advocacia-Geral da União R$ 4,4 bilhões
Banco Central do Brasil R$ 4,1 bilhões
Justiça do Distrito Federal e dos Territórios R$ 3,8 bilhões
Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima R$ 3,6 bilhões
Ministério da Cultura R$ 3,5 bilhões
Ministério do Planejamento e Orçamento R$ 3,3 bilhões
Presidência da República R$ 3,2 bilhões
Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços R$ 2,9 bilhões
Tribunal de Contas da União R$ 2,8 bilhões
Ministério do Esporte R$ 2,5 bilhões
Ministério do Turismo R$ 2,2 bilhões
Superior Tribunal de Justiça R$ 2,1 bilhões
Ministério das Comunicações R$ 2,0 bilhões
Controladoria-Geral da União R$ 1,3 bilhão
Supremo Tribunal Federal R$ 897 milhões
Ministério dos Povos Indígenas R$ 849 milhões
Defensoria Pública da União R$ 761 milhões
Justiça Militar da União R$ 758 milhões
Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania R$ 502 milhões
Ministério das Mulheres R$ 480 milhões
Ministério da Pesca e Aquicultura R$ 356 milhões
Conselho Nacional de Justiça R$ 297 milhões
Ministério da Igualdade Racial R$ 180 milhões
Conselho Nacional do Ministério Público R$ 115 milhões
Gabinete da Vice-Presidência da República R$ 15 milhões

 

Veto em emendas parlamentares

No texto sancionado e publicado no Diário Oficial da União (DOU) de hoje (23), o único veto proposto pelo presidente refere-se a um montante de R$ 5,6 bilhões no orçamento das emendas parlamentares de comissão. Na versão aprovada pelo Congresso, as emendas estipulavam R$ 16,7 bilhões, porém, com o veto, a previsão reduz-se para R$ 11,1 bilhões, ainda superando o valor do ano anterior (R$ 7,5 bilhões). Outras categorias de emendas parlamentares, como as emendas individuais obrigatórias (R$ 25 bilhões) e as emendas de bancadas (R$ 11,3 bilhões), permanecem inalteradas em seus valores.

Essas emendas de comissão, também conhecidas como RP8, são alocadas por comissões permanentes na Câmara e no Senado. Ao contrário das emendas impositivas, essas não têm uma reserva específica no Orçamento, o que geralmente resulta em uma execução parcial. Este mecanismo é utilizado por deputados e senadores para destinar recursos a suas bases eleitorais. O veto que afeta essas emendas está sujeito à decisão do Congresso, que pode mantê-lo ou derrubá-lo.

O Ministro Padilha explicou que o veto foi necessário para adequar o orçamento à inflação menor, que reduz a margem de gasto do governo. “Por conta de uma coisa boa que é uma inflação mais baixa, que reduziu o preço dos alimentos, reduziu o custo de vida para a população, autorizou menos recursos para o governo. Então, nós fizemos um corte dos recursos, exatamente porque a inflação foi mais baixa. O corte está em torno de R$ 5,5 bilhões. Mas o presidente Lula, a ministra Simone Tebet [Planejamento e Orçamento], toda equipe, no momento da decisão do corte, resolveu, primeiro, poupar integralmente saúde e educação de qualquer tipo de corte, poupar os investimentos do PAC, da segurança pública e da população que mais precisa”.

Foto de capa: Ricardo Stuckert/PR