No dia 29 de janeiro celebra-se a visibilidade trans, data escolhida para marcar o primeiro ato organizado pela população trans e travesti no Brasil, em 2004, quando foi lançada a campanha “Travesti e Respeito: já está na hora dos dois serem vistos juntos”.
20 anos se passaram e, infelizmente, pouco respeito foi conquistado pela comunidade trans. Em relatório divulgado pela Antra, Associação Nacional de Travestis e Transexuais, nós somos o país que mais mata trans e travestis em todo o mundo — somos recordistas pelo 14º ano consecutivo. Precisamos intensificar as políticas públicas para mudar este cenário lastimoso.
Antes de tudo, precisamos reconhecer a população trans como detentora de direitos, assim como qualquer indivíduo. Esse é o primeiro passo para transformarmos a realidade de quem pertence a um grupo vulnerável socialmente. Depois, precisamos nos entender como servidores públicos e lembrar que nosso papel é servir o interesse coletivo, garantindo o cuidado com todos e todas, sem nenhuma distinção.
Que tal entender um pouco mais sobre as diferenças entre alguns termos?
Ao termos mais conhecimento sobre o assunto, podemos garantir mais assertividade no atendimento a essa população em nossos locais de trabalho, seja na saúde, na educação, na assistência social e demais áreas.
Transexuais
São pessoas que não se identificam com o gênero (masculino ou feminino) que foi atribuído ao nascer e passa por uma transição. Em cartilha publicada pela Antra, afirma-se que o direito à autodeterminação de gênero está ligado à liberdade de expressão, à cidadania, à dignidade da pessoa humana. Ou seja, é um direito constitucional.
Travesti
Pessoas que tiveram o gênero masculino designado ao nascer, mas se identificam com o gênero feminino. Por muitos anos, o termo travesti foi usado de forma pejorativa pelas pessoas cis gêneras (quem se identifica com as características biológicas do nascimento).
Foi quando as travestis se organizaram politicamente para lutar contra o estigma colocado sob elas, que reivindicaram o reconhecimento sob os seus corpos e pelo uso da palavra travesti, com orgulho ser.
Não-binário
A identidade de gênero não binária refere-se a uma experiência de gênero que não se encaixa nas categorias tradicionais de masculino ou feminino. Pessoas não binárias podem se identificar como uma combinação de ambos os gêneros, como nenhum dos dois.
Entender as diferenças entre esses termos é apenas uma maneira de buscar um atendimento mais acolhedor com a população trans. É fundamental que todos nós, como servidores públicos, possamos respeitar o nome social escolhido, até que a pessoa consiga alterar oficialmente seu nome em sua carteira de identidade. Além disso, homens e mulheres trans podem ter passado por situações constrangedoras ou até mesmo violentas durante suas vidas. Por isso, devemos acolher com muita responsabilidade, sem cercear.
O SISMUC reforça a importância de se reconhecer os direitos de toda a população LGBTQIA+, enfatizando o recorte da população trans que é quem sofre com maior vulnerabilidade. O Sindicato está constantemente unido aos demais segmentos ligados aos direitos humanos. A identidade de gênero é uma construção individual, e as pessoas têm o direito de expressar e identificar seu gênero.