SISMUC avança em negociação da pauta dos professores de educação infantil com SMAP e SME

Na tarde de ontem (16), estivemos na SMAP, reunidos com a Secretaria Municipal de Educação (SME) para dar continuidade na mesa de negociação da pauta específica dos Professores de Educação Infantil. Iniciamos a negociação da pauta no dia 03 de outubro. Confira o que foi discutido na primeira parte da reunião aqui.


Hoje, abordamos os demais pontos da pauta, como a necessidade de avançarmos no acolhimento de crianças estrangeiras que frequentam os CMEIs, locais de descanso para os servidores e o processo de transição dos 336 professores da parte especial. Veja os detalhes:

 

Piso municipal – Levando em consideração a É esse o percentual que a Prefeitura deve aos professores, para que o piso salarial municipal se adeque ao piso salarial nacional. “Inclusive, o próprio prefeito Rafael Greca vem afirmando nas redes sociais que nenhum professor receberá menos que o piso salarial nacional”, manifesta Juliana Mildember, coordenadora geral do Sindicato.
Também cobramos a inclusão imediata dos 336 professores de educação infantil no piso municipal. Relembramos em mesa o acordo feito em reunião com o Secretário de Governo, de que nenhum servidor seria prejudicado neste primeiro procedimento de transição. 

A Administração informa que o procedimento de transição será deflagrado ainda neste ano de 2023, possibilitando aos servidores que ingressem na parte permanente do cargo, o recebimento do piso municipal, segundo as regras estabelecidas na legislação municipal

Hora-atividade – Requisitamos que o Departamento de Educação Infantil se antecipe na situação de construção dos pareceres referentes ao CMEIs que não estão sendo assegurados a hora-atividade de forma integral e, que seja previsto antes os formatos para realização deste trabalho, não prejudicando a comunidade e nem os professores. 

Espaços de descanso – Reivindicamos que haja espaços de descanso na hora de folga para todos os servidores. 

Segundo a Secretaria, sempre que uma obra nova é feita, é solicitado que seja instalado refeitório para que o servidor tenha um local especíico para se alimentar e, o refeitório seria este mesmo lugar para o servidor descansar – lembrando que as folgas acontecem em horários alternados. “Temos desafios em disponibilizar refeitórios em todos os CMEIs. Estamos em uma busca, em conjunto com o setor de obras, de criar os espaços nestes CMEIs que ainda não tem refeitórios”, afirma Kelen Collarino, responsável pelo Departamento de Educação Infantil.

Porém, Kelen se contradiz, pois ela afirma que há locais de trabalho onde professores se alimentam dentro das cozinhas, pois não há espaço físico para criar um refeitório, mas na sequência, ela diz que é proibido utilizar o espaço da cozinha para refeições. O SISMUC questiona então: qual é o lugar que os trabalhadores terão para descansar?

“Há refeitórios que não cabem nem 6 pessoas ao mesmo tempo. No CMEI Caximba, por exemplo, as pessoas fazem a sua refeição dentro da cozinha. Não é o espaço adequado para comer, muito menos para descansar ou sentar e ler um livro. Os problemas estão nos CMEIs mais antigos”, indica o SISMUC.

A Superintendente Andressa expressa que, nestes casos, dos CMEIs mais antigos com possibilidade de ampliação, será feita a análise de como reformar o local. Ela também diz que a SME fará o trabalho de conversar com as chefias de núcleos para se criar alternativas. 

“Em uma realidade em que professores se aposentarão cada vez mais tarde, a Secretaria de Educação precisa ter este olhar para o bem-estar desses servidores. É inadmissível não haver um ambiente de descanso adequado nos locais de trabalho”, comenta Edicleia Farias, professora de educação infantil e dirigente do SISMUC.

Cursos para formação dos conselheiros – Cobramos que seja garantido o curso de formação para todos os conselheiros que participam do Conselho do CMEIs.

A SME se comprote em retomar o fortalecimento dos conselhos e informou que estão previstas formações durante todo o próximo ano para os conselheiros, além de formações continuadas para todos que tiverem interesse em participar. SME também afirma que o SISMUC terá a possibilidade de participação desses encontros.

O SISMUC corrobora o ponto trazido pela SME, de que as formações não sejam direcionadas apenas para quem já foi conselheiro, mas sim ofertar a todos e todas que tem interesse em formar o conselho. Afinal, todos os servidores precisam entender a importância do Conselho do CMEI — órgão deliberativo, consultivo e fiscal, composto por representantes de famílias da comunidade atendida, famílias da APPF, professores, pedagogas, tendo como presidente a diretora.

Desde 2004, a implantação dos Conselhos nos Centros Municipais de Educação Infantil, garante mais um espaço de participação para assegurar a articulação e a negociação das demandas sociais e educacionais. 

Cursos de idiomas – É fato que Curitiba recebe imigrantes de diferentes países, muitas vezes são famílias com crianças que se destinam à cidade em busca de melhores oportunidades. Crianças que frequentam os CMEIs e precisam aprender a se comunicar com os professores, assim como os professores precisam se comunicar com as crianças e seus responsáveis.

Por isso, se faz imprescindível a oferta de cursos de idiomas para os profissionais. “Muitas vezes a comunicação é complicada. Já estive em situações, dentro de sala, em que as crianças não entenderam o que eu queria dizer, tive que recorrer ao Google Tradutor”, comenta Alessandra Oliveira, professora de educação infantil e dirigente do SISMUC

A SME revela que a Prefeitura já fechou um termo de parceria com a Embaixada Britânica, que disponibilizará uma plataforma para formação de cursos em língua inglesa em breve aos servidores. A Superintendente de Gestão Educacional, Andressa Woellner, completa que a ação de acolhimento à criança estrangeira acontece independente da formação de idiomas. 

“O acolhimento passa pela facilidade de se entender a língua estrangeira, mas não é apenas isso. Há também a questão cultural. É complexo e perpassa por a gente saber como lidar com essas famílias que possuem traços culturais diferentes dos nossos”, aponta Alessandra.

 

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