Foto: Carlos Costa/CMC
Um dos avanços garantidos durante as negociações dos novos planos de carreira dos servidores públicos de Curitiba, foi o aumento de quase 120% no valor do auxílio-refeição.
Na tarde de hoje (25), os vereadores votaram em regime de urgência pela aprovação do reajuste, que passou de R$13,66 para R$30,93 aos empregados públicos e R$30,00 para os servidores públicos — a diferença de 93 centavos se dá pelo maior desconto na folha de pagamento dos empregados públicos.
Lembrando que têm direito a receber o auxílio em pecúnia os servidores que recebem até R$ 3.156,18.
Ampliação do teto é rejeitada pelos vereadores
As emendas apresentadas pelos vereadores de oposição receberam votos majoritariamente contrários, sob justificativa de limitação orçamentária.
A primeira emenda tratava dos servidores com carga horária de 20 horas semanais terem direito a 50% do valor do auxílio. A segunda emenda dizia respeito ao aumento do teto para 4 salários mínimos para recebimento do benefício.
De acordo com o líder do governo na Câmara, o vereador Tico Kuzma (PSD), atualmente cerca de 7 mil servidores recebem o auxílio, entre eles, agentes comunitários de saúde e de endemias, agentes administrativos, servidores do magistério, auxiliares de serviços escolares, guardas municipais e técnicos de enfermagem. Em sua fala, Tico diz que foi uma atitude positiva a aprovação deste projeto de lei e o trabalho da gestão municipal para que houvesse o reajuste do auxílio.
A vereadora Professora Josete (PT), critica os votos contrários às emendas. “Tudo o que beneficia os servidores, é positivo. Mas, nosso objetivo é aprimorar os projetos. Por isso devemos discutir as emendas.”
Promessa de manter o diálogo para ampliação do teto
Tico Kuzma, se comprometeu em permanecer na negociação com os sindicatos, para aumentar a faixa salarial de recebimento do benefício.
A vereadora Giorgia Prates (PT) reforça que é importante não adiarmos essa discussão, que seja feita o mais breve possível. “A gente precisa melhorar um pouco mais esse projeto para que possa se orgulhar e falar dele com tanta honra”.
O SISMUC continuará pressionando a Prefeitura e os vereadores para que haja ampliação do teto salarial e, dessa forma, mais servidores e servidoras tenham direito ao valor.
Auxílio-refeição ou auxílio-coxinha?
“Esse acréscimo no auxílio-refeição além de justo, faz com que a saúde dos servidores possa melhorar. Afinal, os R$13,00 mal dão para comprar uma coxinha”, comenta o vereador Bruno Pessuti (PODE).
Giorgia avalia a maneira como o projeto foi discutido em plenário. “Dá a impressão de que a gente tá pagando um valor muito alto ou extremamente adequado, quando na verdade não é bem assim. Antes dava pra comprar uma coxinha e agora, junto com a coxinha, os servidores poderão comprar um pastel. Ou seja, não é um valor adequado. Hoje eu precisei almoçar em um restaurante e, no mais próximo a refeição custava R$36,00. E ainda assim, como disse a vereadora Josete, nem todos têm direito a receber”.
Reajustar o valor do auxílio-refeição e também o teto salarial daqueles que têm direito a receber é fundamental para que haja o mínimo de dignidade ao trabalhador e à trabalhadora que diariamente passa mais da metade do seu dia no atendimento público à população de Curitiba. O tema seguirá em discussão em mesa de negociação da pauta financeira dos servidores — realizada até o final do mês de outubro.