Marcha das Margaridas: conheça a história da mobilização das trabalhadoras brasileiras

Há 23 anos acontece todo dia 12 de agosto a Marcha das Margaridas — maior movimento de trabalhadoras da América Latina. Milhares de mulheres se reúnem em Brasília por melhores condições de trabalho. 

Qual o objetivo da marcha?

De acordo com o Transformatório das Margaridas, observatório construído pelas mulheres do campo e da floresta, a Marcha das Margaridas tem como um dos principais objetivos políticos atualizar e qualificar a pauta de negociações, propondo e discutindo políticas para as mulheres do campo, da floresta e das águas, considerando as suas especificidades. 

A Marcha das Margaridas também elabora uma pauta interna dirigida ao Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) com pontos necessários para consolidar relações mais justas, democráticas e igualitárias dentro do próprio movimento sindical, que culminam, necessariamente, com o fortalecimento de todas e todos.

Por que Marcha das Margaridas?

A marcha leva o nome de Margarida Alves, a primeira mulher a assumir a presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoas, em 1972. Ela viveu e morreu pelos direitos humanos e trabalhistas, pois, a mando de latifundiários, foi assassinada com um tiro no rosto, dentro de sua própria casa, em frente ao marido e ao filho de 8 anos.

Durante sua resistente atuação, Margarida deixou sua marca, moveu ao menos 73 ações contra as usinas de cana-de-açúcar da Paraíba, fundou o Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural, em combate ao analfabetismo

A luta de Margarida ainda ecoa

Se estivesse viva, sabemos que Margarida ainda estaria de braços erguidos, no combate por políticas públicas, agroecologia, soberania alimentar, democracia e reforma agrária. É por ela e por todas as trabalhadoras, que o SISMUC luta incansavelmente todos os dias. Lutamos com garra, porque a luta política não pode ter como desfecho a morte.

 

No serviço público municipal de Curitiba são mais de 21 mil mulheres que formam o quadro de trabalho, representando quase 80% do total. E é por isso que ressaltamos sempre em nossos conteúdos a importância de se avançar na construção da igualdade de gênero.