Nota do Sindicato dos Servidores Públicos de Curitiba (SISMUC) sobre os projetos de leis dos Planos de Cargos e Carreiras do funcionalismo público municipal

Desde a aprovação do chamado “pacotaço”, há seis anos, a Prefeitura de Curitiba suspendeu os planos de carreira do funcionalismo público, quando a Câmara aprovou e o Executivo sancionou a lei 15.043/2017 – dentro do ajuste fiscal nomeado pela prefeitura como Plano de Recuperação de Curitiba.

O projeto de lei que trata do novo plano de carreira dos servidores públicos de Curitiba chegou à Câmara Municipal em novembro de 2022, porém, o Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (SISMUC) apontou inúmeras falhas. O projeto inicial era inviável para valorização dos servidores e, se aprovado, provocaria a desvalorização no atendimento à população de Curitiba que utiliza os serviços públicos. 

Após pressão do Sindicato, a Prefeitura recuou e suspendeu o projeto de lei, mantendo congelado todos os planos de carreiras até 30 de junho deste ano.

Durante esses seis meses, o SISMUC permaneceu em negociação com a gestão municipal e conquistamos avanços, porém, os pontos que necessitam evoluir são inestimáveis aos servidores e servidoras que sofreram com o congelamento imposto pela gestão Greca,  por isso, precisam ser incluídos na lei. Mais uma vez, após diálogo com a Câmara, garantimos a prorrogação da votação do novo plano de carreira para até 31 de agosto. 

 

Neste contexto, ainda há pontos cruciais que precisam ser contemplados nos novos planos. Por isso, o SISMUC defende:

  • O primeiro procedimento de crescimento vertical de maneira universal a todos e todas as servidoras que se qualificaram e mantiveram o título sem utilização por conta do congelamento.
  • O aumento no número de vagas nos procedimentos, sendo pelo menos 80% no crescimento horizontal e, no mínimo 30% no crescimento vertical.
  • A diminuição no número de afastamentos para Licenças de Tratamento de Saúde (LTS) como critério de impedimento no crescimento dos servidores. Inclusive aqueles relacionados a acidentes de trabalho. Reivindicamos que sejam, no mínimo, 90 dias de afastamento.
  • Compensação financeira pelo período congelado desde 2017.
  • Atualmente cerca de 1800 auxiliares de enfermagem e em saúde bucal estão em desvio de função, sendo fundamental a transição para o cargo de técnico de enfermagem. Reivindicamos que não haja limitação no número de vagas durante a transição.
  • A transição dos professores de educação infantil que estão na parte especial da carreira é fundamental ainda em 2023, visto que recebem 46% a menos que outros professores que realizam a mesma função. O secretário de governo se comprometeu, em reunião com o SISMUC, de que não haveria número mínimo de vagas para todos crescerem.
  • Aumento do piso salarial da carreira de auxiliar de serviços escolares, que hoje possui um dos menores salários dentre os servidores municipais.  E revisão salarial das demais categorias. 

 

Um plano de carreira que valorize os servidores públicos de Curitiba, impacta diretamente não somente na vida dos trabalhadores e trabalhadoras, mas também de cada cidadão que utiliza os serviços públicos de saúde, educação, lazer, segurança, assistência social e tantos outros. 

Ao garantir um plano de carreira que valorize verdadeiramente os servidores públicos, a administração municipal garante que esses profissionais continuem se capacitando e se aprimorando nas suas áreas de atuação, e, por consequência, a qualidade nos serviços acessados pela população curitibana.

O SISMUC segue em debate com os parlamentares e acredita ser possível construir um plano de carreira justo a todos e todas.  

 

Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (SISMUC)

Curitiba, 5 de agosto de 2023