Vulnerabilidade e território: Curitiba falha quando o assunto é direito à cidade e à moradia

Pelo 5º ano consecutivo, Curitiba foi eleita uma das 7 cidades mais inteligentes do mundo — o prêmio foi dado por uma empresa sem fins lucrativos, criada por empresários norte-americanos. Os critérios utilizados, segundo o site da organização, são aquelas cidades que representam modelos de transformação econômica e social no século XXI.

Mas, Curitiba é uma cidade modelo nos serviços públicos ofertados à população em vulnerabilidade? Como já denunciado pelo SISMUC (Sindicato dos Servidores Públicos de Curitiba), há atualmente mais de 5 mil pessoas em situação de rua na capital paranaense (e apenas 1.591 vagas nas unidades de acolhimento); filas de espera de anos para o atendimento nas especialidades médicas; professores sobrecarregados nos centros de educação; entre outros problemas. 

A mais recente novidade na ‘cidade inteligente’, são as bicicletas compartilhadas, disponíveis nos bairros centrais. No entanto, elas não melhoram em nada a vida de quem mora e trabalha     nas regiões periféricas. Essa parte da população ainda precisará enfrentar o transporte público superlotado com tarifa abusiva. 

Vulnerabilidade social

“Precisamos entender que a vulnerabilidade não é só pobreza. Ela parte da vulnerabilidade dos territórios, o que há de recurso naquela localidade, quais são os serviços prestados. Vulnerabilidade não é culpa da pessoa”, expõe Denise Collin, assessora da Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos de Planejamento Institucional do Paraná, durante a audiência pública sobre a Lei Orgânica Assistência Social (Loas), realizada na Câmara Municipal de Curitiba. 

Assistência social precisa dialogar com as demais secretarias

Para os servidores sindicalizados ao SISMUC, que atuam na assistência social, a Fundação de Assistência Social (FAS), deve atuar na prevenção para evitar que a pessoa chegue ao ponto de ir para a rua, onde os problemas e demandas se multiplicam. No entanto, a lógica da gestão Greca tem sido oposta, reduzindo a Proteção Social Básica apenas aos serviços estritamente emergenciais, como a liberação de subsídio alimentar e a realização de Cadastro Único. 

Para Dara Rosa, assistente social e representante do SISMUC no Conselho Municipal de Assistência Social (Cmas), é preciso pensar em estratégias intersetoriais de implementação de políticas públicas, como esporte, lazer, cultura, educação e saúde nos territórios de maior vulnerabilidade. “Enquanto elas não forem aplicadas, a assistência social sozinha não vai fazer prevenção. Por exemplo, se a gente tivesse educação integral nas comunidades, seriam reduzidas as violências sofridas pelas crianças”, aponta. 

Alimentação, moradia, saúde, emprego e renda

Para Leonildo José Monteiro Filho, coordenador do Movimento Nacional da População em Situação de Rua e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, é preciso garantir o acesso à saúde integral, geração de emprego e renda. E, para a população em situação de rua (PSR) em Curitiba, criar políticas de moradia. 

“Lutamos para que a gestão Greca crie um projeto de lei para a PSR, porque infelizmente a política em Curitiba é higienista, é retirada de pertences, expulsão das praças, falta de vagas nas unidades de acolhimento. A gente quer e precisa de moradia”, comenta Leonildo.

Nota de pesar – Lawrence Carvalho Ferreira da Silva

Com profunda tristeza, recebemos a notícia do falecimento do querido servidor público Lawrence Carvalho Ferreira da Silva, aos 44 anos. Lawrence atuava como auxiliar de serviço bucal (ASB) no Centro de Especialidades Odontológicas Sylvio Gevaerd, no Portão. O velório será

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