A campanha eleitoral começou e entramos na contagem regressiva para a escolha dos representantes para presidência, Senado, governos estaduais, Câmara dos Deputados e Assembleias Legislativas. E você, já escolheu em quais candidatos votará?
Essa pode ser uma decisão que traz muitas dúvidas, afinal, são esses candidatos responsáveis por representar a sua voz e construir políticas públicas que impactam a todos. E, como identificar quem deve ocupar cada cargo, em meio a tantos nomes e partidos? É fundamental pesquisar as pautas defendidas pelo candidato, qual seu plano de governo e quais projetos ele já apresentou ou votou — nos casos de candidatos que já ocupam cargos políticos.
A representatividade de minorias importa?
As desigualdades estruturais socioeconômicas, provocadas pela falta de acesso ao emprego e à educação, produzem a exclusão das minorias das discussões políticas.
A representatividade e a participação de minorias fortalece uma política que seja de fato democrática. Afinal, em uma democracia é fundamental que todos e todas se sintam representadas de forma igualitária — sejam mulheres, negros e negras, população LGBT+ e indígena, pessoas com deficiência, entre outros. Quanto mais diversidade nos cargos políticos, mais probabilidade da população ser beneficiada.
Político é tudo a mesma coisa?
Há quem diga que político é “tudo farinha do mesmo saco”, são todos iguais e o voto não é relevante para mudar os rumos do país. A quem interessa esse discurso? Há setores da sociedade que realmente preferem que o povo não se envolva nas questões políticas, pois a alienação permite que condutas imorais e ilegais passem ilesas.
É seu direito votar nulo ou em branco, mas exerça de maneira consciente, entendendo que se abster desta responsabilidade irá afetar os resultados da votação. Os números do 2º turno na eleição de 2018 mostram que 21% dos eleitores não compareceram às urnas; 6% anularam o voto e 2% votaram em branco. Ou seja, 29% dos eleitores não quiseram optar por um dos dois nomes na disputa presidencial, foram quase43 milhões de pessoas. Essa decisão pode sim mudar o futuro do país.
Os quatro últimos anos do Brasil
Em anos eleitorais é comum que se faça uma análise dos últimos quatros anos, em quais áreas houve avanços e retrocessos. E, dessa forma, qual candidato atuará para garantir o desenvolvimento social justo, popular e democrático.
Saúde – É impossível não citar a Covid-19 quando se faz uma retrospectiva. Infelizmente, a postura negacionista adotada pelo atual governo colocou o Brasil no 2º lugar mundial dos países com maior número de vítimas, foram mais de 600 mil mortes. Além disso, conforme o estudo Epicovid (Universidade Federal de Pelotas), a demora nas compras de vacinas teria causado entre 95,5 mil e 145 mil mortes que poderiam ter sido evitadas.
Como resultado desta postura, em 2021, foi instaurada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que apurou responsabilidades e enquadrou o presidente Jair Bolsonaro em 9 tipos de crimes, como: uso irregular de verbas públicas, crime contra a humanidade, falsificação de documento particular, entre outros.
Em 2019 houve o desmonte do Mais Médicos, programa de saúde para o atendimento primário à população. E, em 2022, a área da saúde recebeu o menor investimento federal dos últimos 10 anos.
Cortes em verbas para políticas públicas – Contudo, não foi somente a saúde que teve queda no orçamento,a taxa de investimentos no setor público encolheu de 0,33% do PIB de 2020 para 0,26% do PIB no ano passado.
Economia – Segundo previsões feitas pelo Banco Mundial, o Brasil deve ter um dos menores crescimentos em toda a América Latina. O endividamento dos consumidores só cresce, com quase 80% das famílias com algum tipo de conta atrasada. Isso significa no dia a dia dos brasileiros um menor poder de compra, com o salário cada vez mais desvalorizado.
Fome – O país voltou para o mapa da fome e cada vez mais pessoas não sabem quando irão fazer a próxima refeição. São33 milhões de brasileiros passando fome e mais de 125 milhões em insegurança alimentar — quando há falta de alimentos nutritivos para que uma pessoa viva adequadamente.
Moradia – A ausência de políticas públicas habitacionais, como o programa Minha Casa, Minha Vida, é nítida ao percorrer as cidades. O número de pessoas em situação de rua cresceu 16% desde o final de 2021. Junto disso, mais de 27 mil famílias foram despejadas durante a pandemia.
O país sofre com o desmonte das políticas sociais, por isso, este é o momento de refletir sobre quem merece o seu voto. Quem defende as ideias e os ideais que você compartilha? Quem não é compatível com o que você deseja como projeto de nação? Qual Brasil você quer para os próximos anos? A partir das respostas para essas perguntas, você já terá opções a considerar entre os candidatos.