Os moradores da Ocupação Nova Esperança, localizada em Campo
Magro, na Região Metropolitana de Curitiba, foram vítimas de uma ação violenta e
covarde da Polícia Militar do Paraná (PM) na noite de terça-feira (30). Igor
Cristiano da Silva, jovem de 24 anos e morador da Nova Esperança, foi executado
pela PM dentro da própria casa. Conforme relato de moradores, uma jovem de 15
anos, grávida, também foi baleada.
Ao contestar a ação policial, a resposta recebida pelos
moradores foi a repressão completamente desmedida, com bombas e tiros de
borracha que deixaram diversos feridos em mais uma ação covarde da Polícia
Militar contra a população trabalhadora. Ao ser questionada pela população e
por advogados no local, a PM coagiu quem ali estava, ameaçando com voz de
prisão e fechando as entradas da comunidade, impedindo que moradores da região
pudessem ter acesso ao local. Nem mesmo as crianças foram poupadas: mães com
seus filhos no colo também foram alvos de tiros de borracha e há relatos de que
bombas foram jogadas perto e dentro das casas das famílias.
A área é próxima da Prefeitura Municipal de Campo Magro e
está ocupada há cerca de um ano por 1.200 famílias que integram o Movimento
Popular por Moradia (MPM). A Ocupação conta com cozinha comunitária, biblioteca,
salas de aula e promove atividades lúdicas e educativas. Nunca houve registro
de violência no local.
A Polícia Militar de Campo Magro ilustra bem o tratamento
que dá o Estado aos trabalhadores que lutam para garantir as mínimas condições
de vida para si e suas famílias. Ações truculentas como esta, sem qualquer
explicação ou satisfação, deve ser combatidas diariamente. Não é um caso
isolado. Trabalhadoras e trabalhadores merecem e exigem respeito! A direção do
SISMUC repudia veementemente este tipo de ação das forças policiais e se coloca
ao lado dos trabalhadores em sua luta legítima pelo direito à moradia.